Premier League abandona o seu modelo de prejuízo e imita a LaLiga e a Bundesliga no mercado de transferências

  • Servimedia
  • 1 Fevereiro 2024

A poucas horas do fecho do mercado de transferências de inverno nas cinco principais ligas europeias, os números indicam que a Premier League, e a Arábia Saudita, optaram por conter os gastos.

Neste mercado de Inverno, a liga inglesa reduziu significativamente seu investimento em contratar novos jogadores, passando de 853 milhões de euros na última temporada de inverno para apenas 81 milhões de euros este ano, uma redução de 90% até ao momento.

Esta drástica diminuição nos gastos com transferências pode estar relacionada à iminente chegada de um órgão regulador financeiro independente criado pelo governo britânico, bem como às várias sanções impostas pela Premier League a clubes como Everton e Nottingham Forest por violarem as regras de rentabilidade e sustentabilidade financeira que estão em vigor no campeonato inglês.

Uma situação que pode se estender ao Manchester City, que aguarda para saber as consequências do seu comportamento financeiro que, assim como os demais clubes da Premier League, se baseou em um modelo de prejuízo, especialmente ao contratar jogadores nas últimas temporadas.

Além disso, esse menor investimento em transferências também afeta os direitos de transmissão televisiva, onde também se percebe uma desaceleração por parte dos operadores na área de investimentos.

As consequências estão a ser sentidas pelos adeptos, já que, segundo relatam vários meios de comunicação ingleses, como o ‘The Telegraph’, os clubes ingleses estão a aumentar drasticamente os preços dos bilhetes de temporada e ingressos para compensar as perdas e a falta de capacidade de gerar outras receitas.

Estes números contrastam com os da LaLiga e da Bundesliga, as duas maiores competições europeias que apostam na sustentabilidade financeira dos seus clubes por meio de regras que permitem manter os clubes saudáveis financeiramente.

No caso da liga espanhola, este mercado de transferências tem sido caracterizado, dependendo do que possa acontecer nessas últimas horas de mercado, por um aumento nos investimentos em contratações, passando de 34 milhões de euros na temporada passada para 63 milhões de euros, um aumento de 85% este ano.

Os números, portanto, mostram estabilidade e crescimento sustentável nos gastos dos clubes, que continuam após o fim da pandemia, sem perder a competitividade das equipas espanholas, como demonstrado pelo sucesso do Real Madrid CF, FC Barcelona, Atlético de Madrid e Real Sociedad na Liga dos Campeões, o que coloca a LaLiga como o campeonato com mais representantes na fase final da principal competição continental.

A Bundesliga, por sua vez, mantém números semelhantes nesta temporada em relação à anterior, com um gasto em transferências de cerca de 70 milhões, já que, assim como a LaLiga, aposta em manter um controle nos gastos e na sustentabilidade financeira, o que também permite que seja uma das ligas mais competitivas da Europa.

Quanto aos gastos com transferências, os clubes da Ligue 1 francesa foram os grandes animadores deste mercado de inverno, tendo realizado até o momento novas contratações no valor de 166 milhões de euros, quase 25% a mais do que no mercado de inverno anterior.

A competição francesa, que também regista prejuízos de aproximadamente 2 bilhões de euros nos últimos 10 anos, acaba de fechar um acordo com o fundo CVC, seguindo os passos da LaLiga, embora com diferenças significativas em relação ao acordo assinado com a competição espanhola, pois todo o investimento financeiro recebido pelas equipas francesas pode ser usado em contratações de jogadores sem limites, o que pode ter consequências para a estabilidade económica e desportiva a médio prazo.

Cenário semelhante também na Itália, já que a Serie A, sem um controle económico aos clubes e uma política de sustentabilidade financeira definida, também aumentou os gastos nesta janela em relação à temporada passada. Até o momento, o investimento em contratações pelos clubes italianos chega a 90 milhões de euros, um aumento de 114% em relação a 2022/2023 no mesmo período.

Por fim, parece que a Arábia Saudita está a por fim aos investimentos multimilionários feitos, como ocorreu no último verão. Os clubes do país árabe, após terem conseguido sediar a Copa do Mundo de 2034, quase não investiram em contratações nesta janela de inverno.

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