A Generalitat Valenciana defende uma estratégia conjunta entre o setor público e privado para impulsionar a transformação da mobilidade

  • Servimedia
  • 13 Fevereiro 2024

Isso foi evidenciado na inauguração da segunda edição do eMobility Expo World Congress, consolidando a cidade como o epicentro europeu da mobilidade sustentável.

O encontro global, que reunirá mais de 6.000 profissionais de 13 a 15 de fevereiro, analisa os desafios tecnológicos, regulatórios e de infraestrutura enfrentados pela indústria para avançar na tão desejada descarbonização.

Rebeca Torró, Secretária de Estado do Ministério da Indústria e Turismo, lembrou que “o governo espanhol tem trabalhado há anos em uma estratégia conjunta para enfrentar um desafio: o combate às mudanças climáticas”. Por isso, enfatizou que “é fundamental garantir a transição para uma mobilidade que alcance o objetivo de zero emissões com todas as ferramentas ao nosso alcance. Não há meio termo. É um caminho que devemos percorrer com convicção. Não há plano B”, afirmou.

Por sua vez, Carlos Mazón, presidente da Generalitat Valenciana, destacou que “apoiar essa iniciativa é um imperativo estratégico para o governo valenciano, como consequência do nosso compromisso com a inovação do tecido industrial desta região e a competitividade dos seus empreendedores. Não apenas precisamos estar presentes, mas queremos estar presentes para conversar e, principalmente, para ouvir aqueles que sabem mais, pois são eles que nos permitem continuar avançando com propostas”.

Nessa mesma linha, Jesús Carbonell, delegado da Área de Segurança e Mobilidade do Ayuntamiento de Valencia, detalhou que para avançar na descarbonização do transporte é fundamental o pacote de medidas “Objetivo 55”, que visa reduzir as emissões em pelo menos 55% até 2030. “Além disso, será criado um fundo social para o clima em benefício dos setores vulneráveis: residências, empresas e usuários de transporte público”, afirmou.

Por fim, Jesús Haro, diretor do eMobility Expo World Congress, destacou o otimismo que permeia o setor da mobilidade. “Existe uma demanda global por veículos elétricos de quase 30%, sendo que 12% dessa demanda está na União Europeia, e todos os segmentos de mobilidade de pessoas e mercadorias estão trabalhando para tornar o continente neutro em emissões até 2050. No entanto, esse caminho não está isento de grandes desafios e devemos criar um marco regulatório adequado, algo que cidades como Valencia lideram há algum tempo”.

A DESCARBONIZAÇÃO NA AUTOMOÇÃO

A descarbonização na indústria automotiva foi um dos temas centrais do primeiro dia do eMobility Expo World Congress, no qual Roman Stiftner, diretor geral da Eumicon, abordou os desafios para alcançar a neutralidade de carbono até 2050 por meio da mobilidade sustentável e combustíveis alternativos.

Isabel García Muñoz, membro do Parlamento Europeu, destacou o “compromisso claro com a mobilidade sustentável” demonstrado pela União Europeia, onde o transporte é responsável por 25% das emissões de CO2. Para avançar, ela afirmou que “a mobilidade sustentável e inteligente requer investimento em infraestruturas, envolvendo maior interconexão e inteligência. Precisamos tornar a mobilidade mais segura e atender às necessidades das pessoas”. Nesse sentido, destacou o importante papel da mobilidade elétrica e da pesquisa. “Os veículos elétricos emitem cerca de 70% menos em comparação com os veículos a combustão. A tecnologia utilizada e a pesquisa desempenham um papel crucial. Devemos trabalhar na reciclagem das baterias”.

Por sua parte, Benjamin Krieger, secretário-geral da Clepa (Associação Europeia de Fornecedores Automotivos), fez uma distinção entre os dois níveis de desafios enfrentados pela indústria, incluindo a própria inovação para tornar a sustentabilidade uma realidade e o marco regulatório em que trabalham. Além disso, revelou que a Espanha poderia criar 20.000 empregos na indústria da mobilidade, de acordo com dados de um estudo sobre a força da mobilidade na Europa. “A UE é muito forte em inovação. A tecnologia não é inimiga, os combustíveis fósseis sim. A eletromobilidade é importante, mas se formos honestos, a questão é abordar as emissões zero nos veículos”.

Oliver Fernández, diretor de Mobilidade Elétrica da Repsol, também apresentou suas considerações, enfatizando que “a descarbonização é uma obrigação”, um “desafio global” que requer um marco regulatório estável e previsível. Para torná-la possível, ele defendeu a colaboração entre diferentes indústrias e valorizou não apenas a mobilidade elétrica, mas também outras soluções, como hidrogénio, combustíveis e eletricidade renovável. “Estamos investindo em todas essas soluções”, destacou, e anunciou que nas próximas semanas serão inauguradas em Cartagena uma nova planta para a produção de combustíveis renováveis para veículos de transporte e aviões. “Atualmente, é possível comprar combustíveis renováveis em cerca de 60 postos de gasolina. Até 2024, pretendemos expandir para mais de 600 estações na Espanha e em Portugal”.

EXPECTATIVAS DOS CONSUMIDORES

“A legislação sobre mobilidade já é notícia em toda a Europa e afeta os consumidores”, afirmou Laurianne Krid, diretora geral da Federação Internacional do Automóvel (FIA) Região I, que analisou como o Pacto Verde impacta nas cidades e nos próprios cidadãos, que destinam até 16% dos seus gastos de consumo em transporte.

Após ressaltar que o veículo se tornou “um importante facilitador da mobilidade”, ela apresentou os critérios que influenciam as decisões de compra dos consumidores na hora de adquirir um veículo. A segurança ocupa o primeiro lugar na tomada de decisões, seguida pela sustentabilidade e eficiência de combustível, alto conforto na condução, preço económico e espaços amplos.

Além disso, destacou que a geração mais jovem está mais disposta a pagar por serviços de carro conectado: navegação em tempo real e localizador de carros são os mais demandados. Além do custo de desenvolvimento, ela ressaltou que 67% dos consumidores se preocupam com a falta de autonomia, e que foi observado uma diminuição na preocupação com a degradação das baterias. “O que fizemos foi fornecer informações precisas sobre os veículos elétricos aos consumidores do mercado europeu”, afirmou.

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