BRANDS' ECO “A regulamentação não deve amordaçar o desenvolvimento”

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  • 15 Fevereiro 2024

António Gameiro Marques, diretor-geral do Gabinete Nacional de Segurança, é o quarto convidado do podcast EY AI Talks, organizado pela EY em parceria com o ECO.

O avanço vertiginoso da Inteligência Artificial (IA) tem impulsionado transformações profundas em diversos setores, desde a saúde até a indústria, ao mesmo tempo que tem vindo a impulsionar de maneira inovadora o dia-a-dia de todos os cidadãos. No entanto, à medida que a IA se estabelece como uma ferramenta essencial, surgem questões cruciais sobre o seu impacto na segurança, que desafiam paradigmas e exigem uma análise cuidadosa.

Para perceber qual o verdadeiro impacto que esta nova ferramenta tem na segurança de todos, António Gameiro Marques, diretor-geral do Gabinete Nacional de Segurança (GNS), partilhou o seu ponto de vista sobre este tema no quarto episódio do podcast EY AI Talks, um podcast da EY, em parceria com o ECO, que aborda o impacto da Inteligência Artificial nas organizações, nas pessoas e sociedade em geral. Esta conversa teve como anfitrião Jorge Libório, partner responsável pela área de cibersegurança da EY.

Eu gosto muito de inovação e acho que é isso que nos faz andar para a frente enquanto pessoas, enquanto sociedade e enquanto país. E a IA, nos últimos anos, transformou e, cada vez mais, transforma a sociedade. Estamos convencidos que o nosso propósito na utilização da IA é automatizar o mais possível a resposta a incidentes, que, hoje em dia, ainda é muito dependente de procedimentos que estão a ser executados por seres humanos. O nosso propósito é que nós possamos começar a preparar e a desencadear a resposta mesmo antes de o facto se manifestar. Se nós reduzirmos isto de horas ou minutos para segundos ou milissegundos, já ganhamos muita vantagem“, começou por dizer António Gameiro Marques.

O diretor-geral do GNS acrescentou, ainda, que o uso de IA também pode ajudar a mitigar a falta de recursos humanos especializados: “Hoje temos que os contratar para fazer tarefas repetitivas. Ora, se os libertarmos para acrescentarem valor com o seu conhecimento intrínseco, melhor estaremos a cumprir a nossa missão e a proteger a nossa sociedade”.

 

A importância do sentido crítico, o papel dos media e a regulamentação

De acordo com António Gameiro Marques, “enquanto a tecnologia não evolui o suficiente e para ser a nossa guardiã no sentido de fazer fact check, nós próprios temos de ter um sentido crítico para que, quando vemos algo que nos parece inverosímil, devemos procurar nós próprios, ou através da colaboração com o outro, ou, ainda, consultando outras fontes de informação, possamos ter o discernimento suficiente para constatar se aquilo, de facto, tem fundo de verdade ou não

“A maior parte das pessoas consomem informação por headlines, sem depois irem profundamente ao tema que está subjacente àquele título. Relativamente a isso, parece-me que os órgãos de comunicação social, que são um dos grandes da democracia, podem e devem ser absolutamente cruciais na sua componente de verificação e constatação para perceber se aquela informação é digna ou não porque, na verdade, no fim do dia, a perceção da realidade por parte dos cidadãos pode ser completamente deturpada e levá-los a tomar decisões em conjunto, que podem alterar até a história do país”, alertou.

Relativamente à regulamentação, o diretor-geral do GNS afirmou que, apesar de existirem “muitos críticos” que consideram a UE “profícua em criar normas e regulamentos”, a verdade é que essa regulamentação “tem, normalmente, um propósito, que é salvaguardar os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos”: “Dito isto, 2024 será profícuo em normas – umas no tipo diretiva, que têm depois de ser transpostos para a legislação de cada um dos estados-membros; outras no tipo de regulamento, que entra em vigor logo que for terminada a sua cadeia de aprovação na UE, e que vão impactar de forma significativa o modo como nós vamos usar os dispositivos digitais e os serviços que estão alicerçados na internet“.

Eu defendo que a regulamentação é importante, mas ela não deve amordaçar a investigação e o desenvolvimento. Todavia, quando o produto começa a ser desenvolvido e começa a amadurecer em termos de research e development, parece-me inevitável que os aspetos relacionados com a regulamentação vigente no mercado onde aquele produto ou serviço vai entrar em funcionamento tenham que ser levados em linha de conta, sob risco de depois estes não serem comercializáveis por não obterem licenciamento. Mas o que deve ser regulamentado é, na verdade, o seu uso. E a mesma coisa acontece para a IA“, concluiu.

Acompanhe, aqui, toda a conversa:

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