Montenegro não se sentiu “intimidado”, “coagido” nem “cercado” por concentração de polícias
"Não me senti cercado nem intimidado à entrada nem à saída do espaço onde decorreu o debate" com Pedro Nuno Santos, afirmou o líder do PSD.
O presidente do PSD afirmou esta terça-feira que não se sentiu intimidado, coagido nem cercado pela concentração de polícias junto ao cineteatro Capitólio, em Lisboa, onde debateu com o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, na segunda-feira. “Sinceramente, eu pessoalmente não me senti nada intimidado, não me senti nada coagido, não me senti nada cercado, independentemente de, eventualmente, o percurso da manifestarão não ter sido aquele que estava previamente acordado”, declarou Luís Montenegro aos jornalistas, na Avenida Almirante Reis, em Lisboa.
O presidente do PSD referiu que desconhecia “a tramitação” daquela manifestação, se estava ou não autorizada para aquele local. Interrogado se não considera que houve condicionamento, respondeu: “Para mim não houve nenhum, nenhum mesmo”. Luís Montenegro falava no fim de uma ação de rua da Aliança Democrática (AD), coligação entre PSD, CDS-PP e PPM, de pré-campanha para as legislativas de 10 de março.
Questionado se é aceitável em democracia que as forças de segurança façam um protesto que não estava autorizado para aquele local, numa espécie de cerco a um debate pré-eleitoral, o presidente do PSD agradeceu a pergunta. “Aproveito para clarificar: eu não me senti cercado. Eu não conheço os trâmites nos quais a manifestação foi organizada. Não me senti cercado nem intimidado à entrada nem à saída do espaço onde decorreu o debate”, afirmou.
Quanto às reivindicações que têm motivado protestos de elementos PSP e da GNR, o presidente do PSD acrescentou: “Já tive ocasião de estar com a plataforma representativa dos sindicatos e das associações das forças de segurança, de lhes dizer que não decido nada na campanha eleitoral em face da pressão pública, mesmo que legítima e justificada, que possa ser feita”.
“Fui, aliás, o primeiro líder político a recusar tomar essa posição e a dizer que estava de peito aberto, disponível para iniciar um processo negocial dos primeiros dias do nosso Governo. Também tive ocasião de dizer, e reitero, que o protesto, a manifestação são legítimas, no caso até têm justificação, mas não devem ultrapassar os limites que deem tranquilidade e segurança pública”, completou.
Confrontado com o facto de não estar autorizada a concentração de polícias junto ao Capitólio, ao contrário da manifestação realizada na Praça do Comércio, Luís Montenegro retorquiu: “Pois, eu não sei disso. Eu não tive nenhuma participação nem nenhum conhecimento especial sobre a tramitação”.
Interrogado se aquele protesto não ultrapassou os limites, o presidente do PSD defendeu que, em termos gerais, “tudo aquilo que ultrapassar os limites do cumprimento da lei, do cumprimento das regras, ainda por cima por profissionais que exercem em nome de todos nós a autoridade pública, não deve acontecer”. “E, portanto, eu naturalmente não me revejo na ultrapassagem desses limites”, realçou, reiterando, contudo, que não se sentiu “nada intimidado”, “nada coagido” e “nada cercado” pelo protesto de segunda-feira à noite.
Por sua vez, o presidente do CDS-PP, Nuno Melo que também participou nesta ação de rua da AD (PSD/CDS-PP/PPM), considerou que o protesto junto ao Capitólio não respeitou “a lei e a ordem”, o que lamentou, ressalvando que isso “não invalida pretensões dos polícias que são justas”. Nuno Melo salientou que “neste momento o Estado ainda tem um Governo, e esse Governo é socialista”, acusando-o de se mostrar incapaz de assegurar “funções básicas de defesa da sua dignidade”.
A PSP fez saber que iria comunicar ao Ministério Público a marcha e concentração de polícias junto ao Capitólio, por não ter sido comunicada, como impõe a lei, à autoridade competente, que no caso é a Câmara Municipal de Lisboa, e não estar autorizada. Centenas de polícias dirigiram-se para o Capitólio, onde decorreu o debate entre os líderes do PS e do PSD, depois de uma concentração que juntou cerca de 3.000 elementos da PSP e da GNR na Praça do Comércio, junto ao Ministério da Administração Interna.
Enquanto a manifestação na Praça do Comércio foi organizada pela plataforma que congrega sindicatos da PSP e associações da GNR, o protesto junto ao Capitólio foi divulgado nas redes sociais pelo “Movimento Inop” e não teve a participação da plataforma sindical. Elementos da PSP e da GNR estão em protesto há mais de um mês para exigir um suplemento idêntico ao atribuído à Polícia Judiciária.
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