Carga fiscal é “mochila” às costas de todos, diz “chairman” do BCP

O presidente do BCP alerta que uma situação como a que se viveu nos últimos anos, marcada por juros negativos não é normal.

Num momento em que se discute o início do corte de juros na Europa, o presidente (chairman) do BCP, Nuno Amado, defendeu esta terça-feira que “seria mau” um regresso das taxas de juro a níveis próximos de zero e lembrou que, em termos históricos, as taxas “não são tão altas assim”. E vincou que atual “a carga fiscal é a mochila que todos” levam “às costas”.

As taxas de juro, para quem tem idade, não são tão altas assim. Seria mau se as taxas voltassem a níveis perto de zero ou abaixo de zero”, adiantou numa conferência organizada pela CIP na cidade do Porto.

Questionado sobre o impacto da subida das taxas de juro para as empresas, Nuno Amado destacou que a situação financeira das empresas e dos próprios bancos é hoje muito diferente. “Nem os bancos, nem as empresas estão como estavam no passado. A economia está mais diversificada, as empresas estão muito melhor estruturadas e financiadas“, ressalvou.

Empresas e famílias foram confrontadas nos últimos meses com o agravamento das taxas de juro na Zona Euro, com o Banco Central Europeu a tentar travar a escalada da inflação. A taxa das operações principais de refinanciamento está atualmente em 4,5% e a taxa da facilidade permanente de cedência de liquidez em 4,75%.

Depois de um período de subida de juros, o debate está agora concentrado em quando a entidade liderada por Christine Lagarde irá iniciar o ciclo de descidas.

A participar na conferência também enquanto membro da direção da Associação Business Roundtable Portugal, Nuno Amado realçou que “um programa de crescimento, melhorar o Estado e desburocratizar são essenciais” para colocar Portugal no rumo do crescimento.

“Se a isso for acrescido com uma reafetação do PT2030 para ajudar a evoluir a economia e a não entrar num buraco negro que tem sido o Estado – absorve toda a massa em redor – temos condições para passar a crescer mais de 3% e não divergir”.

Em relação ao tema impostos, Nuno Amado defendeu que “a carga fiscal é a mochila que todos levamos às costas. É claramente a maior carga fiscal para o produto per capita equivalente, para o nosso nível de riqueza, salvo a Grécia, é o maior que existe”, explicou.

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