Montenegro admite regresso de exames no quarto e sexto ano
O programa da AD prevê o regresso das provas de aferição no quarto e sexto ano. Abordado por um professor que defende o regresso dos exames, o líder do PSD admitiu "fazer esse caminho".
O presidente do PSD ouviu hoje um professor em Trás-os-Montes pedir-lhe mais exigência na escola pública e admitiu que a reintrodução de provas de aferição poderá dar lugar, a prazo, a um regresso de exames.
Luís Montenegro teve esta conversa durante uma ação de rua em Mirandela, no distrito de Bragança, no primeiro dia de campanha oficial para as legislativas antecipadas de 10 de março, onde hoje se mostrou confiante numa “grande vitória” da Aliança Democrática (AD).
Em Mirandela, o presidente do PSD foi recebido por mais de cem pessoas e contou com o apoio de José Silvano, ex-secretário-geral do partido durante a liderança de Rui Rio, que ficou fora das listas de deputados da AD.
José Silvano declarou-se “muito confiante” na vitória da coligação PSD/CDS-PP/PPM pelo que ouve na rua e destacou as sondagens que dão a AD à frente do PS.
Numa confeitaria na Rua da República, Luís Montenegro foi abordado pelo professor de matemática Rui Feliciano, e pela sua mulher, Gabriela, um casal com cinco filhos que lhe manifestou preocupação com a escola pública.
Rui Feliciano defendeu que o fundamental é “a exigência, a estrutura curricular da escola” e que há que fazer face à “falta de aprendizagens”. O presidente do PSD referiu que tem “falado muito disso”, mas que “nem sempre às vezes depois se consegue concentrar a mensagem num tema”.
“Eu tenho falado muitas vezes na recuperação das aprendizagens que estão perdidas, muitas ainda da pandemia, e depois outras por causa da instabilidade que tem havido”, prosseguiu Montenegro, salientando que quer “a valorização das disciplinas nucleares, do português, da matemática”, e propõe “a volta, para já, das provas de aferição — e depois a médio prazo vamos ver — no quarto e no sexto ano, no final de cada um dos ciclos”.
“Mas sem medo dos exames, sem medo”, pediu-lhe então o professor, que disse ser colega do cabeça de lista da AD no círculo de Bragança, Hernâni Dias, no Agrupamento de Escolas de Mirandela.
O presidente do PSD respondeu: “Não, claro, temos de fazer esse caminho. Temos de fazer esse caminho”.
“Eu sou professor de matemática e não tenho nenhum problema em levar os meus alunos, com eles de mão dada, ao dia dos exames. Isso é um orgulho para mim”, afirmou Rui Feliciano. Luís Montenegro concordou: “Claro, eu também acho. E até é bom para eles”.
No círculo eleitoral de Bragança, que elege três deputados, o PSD perdeu o segundo para o PS em 2022 por meia dúzia de votos.
Montenegro diz que é “um homem de andar na rua”
Mais tarde, num almoço-comício da Aliança Democrática (AD) numa quinta na Maia, no distrito do Porto, respondeu ao secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, que no sábado considerou que o contacto direto de rua com o povo, sem intermediários, fará a diferença para o seu partido.
O presidente do PSD afirmou hoje que é “um homem de andar na rua”, em “contacto com o povo” sem medo, e anteviu que os portugueses vão dar “uma grande vitória” à AD nas legislativas.
“Eu tenho sentido muito apoio, tenho sentido muito entusiasmo. Isso dá-me motivação, eu não escondo. Mas não tenham dúvidas que se há ponto onde eu estou excecionalmente à vontade é no contacto com as pessoas“, declarou, no fim da sua intervenção, no primeiro dia de campanha oficial para as legislativas de 10 de março.
Segundo Luís Montenegro, a campanha da coligação PSD/CDS-PP/PPM tem dado resposta a todas as críticas: “Eles achavam que nós não tínhamos ideias – afinal temos. Depois achavam que não tínhamos equipas – afinal temos“.
“Depois achavam que o líder, enfim, tinha alguns problemas de afirmação – e depois renderam-se com a campanha, com os debates, com as confrontações políticas e democráticas. E agora parece que querem dizer: mas na rua, ele há de ter alguma dificuldade”, prosseguiu.
Em seguida, o presidente do PSD exclamou: “Não, eu sou um homem do contacto com o povo, eu sou um homem de andar na rua, eu sou um homem de discutir um a um o sentido de voto de cada português. Eu não tenho medo de nada, não tenho medo de falar com os portugueses”.
“Eu sei que os portugueses vão estar connosco, vão dar-nos uma grande vitória, e nós vamos pegar na vitória para transformar a vida das pessoas”, acrescentou.
(artigo atualizado às 15h40 com declarações no almoço-comício na Maia)
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