Babcock, Hensoldt, Indra, Kongsberg, QinetiQ e Thales são os ‘principais jogadores’ em tecnologia de defesa na Europa

  • Servimedia
  • 28 Fevereiro 2024

Dois anos após o início da guerra da Rússia na Ucrânia, o panorama mudou substancialmente para a indústria de defesa, impulsionado pelo forte aumento dos gastos dos governos com segurança.

Este contexto revitalizou o interesse dos investidores no setor de defesa, principalmente em empresas de tecnologia especializadas nessa indústria.

Empresas como Hensoldt, Thales, Indra, Babcock, Kongsberg e QinetiQ valorizaram em média quase 90% nos últimos dois anos, muito acima dos 70% registrados pelo setor de defesa tradicional.

Hensoldt foi a empresa do setor que mais se beneficiou desse interesse dos investidores, com um aumento de 153% no período. É a empresa alemã de referência no setor, com uma posição estratégica no campo de soluções de sensores para defesa e aplicação de segurança, além de desenvolver novos produtos para combater ameaças através da gestão de dados, robótica e cibersegurança.

Em seguida, Kongsberg regista um aumento de 134%. A empresa norueguesa é líder no país e, em colaboração com as forças armadas norueguesas, desenvolve sistemas de defesa aérea com o objetivo de tornar a Noruega menos vulnerável e garantir sua autonomia como um país democrático.

Na terceira posição está a Indra, que teve uma alta de 81% no mercado impulsionado pelas boas perspetivas para o seu negócio de defesa e a expectativa de que a empresa cada vez mais se concentre nesse segmento. A empresa espanhola oferece soluções abrangentes para todos os aspetos da defesa, o que a tornou uma referência no setor em Espanha. De fato, a empresa começou a quarta-feira subindo até 8% após apresentar resultados hoje com um aumento de lucro de 20% graças ao impulso da defesa.

Dessa forma, é a empresa espanhola com o maior número de contratos do Fundo Europeu de Defesa, com 19 projetos no valor de 72 milhões de euros, e é responsável por coordenar a participação espanhola no programa europeu de defesa FCAS, que desenvolve tecnologias de próxima geração para a indústria. Em 6 de março, a Indra apresentará seu novo plano estratégico e a expectativa dos investidores é que ela possa apresentar sua estratégia de defesa para se tornar o campeão nacional indiscutível.

A empresa seguinte que mais se valorizou nesses dois anos é a Thales (80%). O campeão francês é a maior empresa da indústria na Europa e fornece soluções, produtos e serviços no setor de defesa, especializada em sistemas e sensores de missões, redes de comunicação e infraestruturas.

Enquanto isso, no Reino Unido, Babcock e QinetiQ compartilham a liderança no setor de tecnologia de defesa e registaram valorizações de 56% e 39%, respetivamente. Babcock desenvolve tecnologia e sistemas civis e de defesa com o objetivo de modernizar os ativos e reduzir os riscos. Por sua vez, a QinetiQ oferece soluções integradas para responder aos desafios atuais e futuros, desenvolvendo tecnologia de ponta que se torna um recurso para lidar com ameaças atuais e futuras.

INVESTIMENTO

De acordo com os dados da OTAN, os países europeus que fazem parte da aliança investiram no ano passado US $ 347 bilhões em defesa (1,85% do PIB), em comparação com US $ 235 bilhões em 2014 (1,47% do PIB).

Além disso, os membros da Aliança Atlântica esperam que o crescimento não se interrompa este ano, esperando um investimento de US $ 380 bilhões, equivalentes a 2% do PIB. Esse contexto impulsionou as empresas tradicionais de defesa, mas também um subgrupo de campeões nacionais de tecnologia no campo da defesa, que também viram melhorias nas suas perspetivas de negócios.

Nesse sentido, além dos esforços nacionais individuais, a Comissão Europeia lançou uma iniciativa em 2021 para apoiar a pesquisa colaborativa em defesa, com o Fundo Europeu de Defesa (EDF) no valor de 7,9 bilhões de euros para o período 2021-2027, com o objetivo de impulsionar a inovação industrial na defesa na região.

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