Lucro dos CTT cai 53,9% para 7,4 milhões no 1º trimestre
Os serviços financeiros e retalho afundaram dado o nível extraordinariamente elevado de colocação de dívida pública no 1º trimestre de 2023. Ainda assim, a empresa reiterou o 'guidance' para 2024.
O lucro líquido dos CTT CTT 0,00% tombou 53,9% para 7,4 milhões de euros entre janeiro e março deste ano, informou esta quinta-feira a empresa, pressionado pelas quedas nos resultados dos negócios de Serviços Financeiros e Retalho e dos Correios.
No relatório, divulgado no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a empresa liderada por João Bento revelou que o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) reduziu-se 16,6%, atingindo 34 milhões de euros.
Os CTT salientaram que “a evolução do resultado líquido consolidado foi significativamente influenciada pelo decréscimo do EBIT recorrente (menos 8,8 milhões, uma taxa de variação homóloga de -34,2%) resultado do desempenho observado nos segmentos de Correio e Serviços Financeiros e Retalho”.
Os rendimentos operacionais atingiram 263,5 milhões no primeiro trimestre, uma subida homóloga de 9%, impulsionados pelo Expresso e Encomendas, Banco CTT e Correio e Outros.
O Expresso e Encomendas atingiu 101,4 milhões em rendimentos entre janeiro e março (+56,8% ), refletindo um forte crescimento do tráfego quer em Espanha (+120,9%) quer em Portugal (+12,4%) e continuando a beneficiar do aumento da adoção de e-commerce e de ganhos de quota de mercado.
No Correio e Outros, as receitas subiram 6% para 120,3 milhões devido principalmente ao aumento de preços, evolução do mix e tráfego das eleições legislativas, adiantou empresa.
No Banco CTT, os rendimentos cifraram-se nos 36,2 milhões, uma subida de 6,3% por via da expansão da base de clientes, atingindo 658 mil contas (mais 11 mil face a dezembro de 2023) e do volume de negócios.
No entanto, a empresa referiu que nos Serviços Financeiros e Retalho, os rendimentos registaram uma evolução negativa de 23,2 milhões de euros, ou uma queda homóloga de 80,8%, “dada a excecional colocação de dívida pública no período homólogo“.
Guidance reiterado
O EBIT recorrente situou-se em 16,9 milhões, menos 34,2% que no período homólogo, com uma margem de 6,4%, face a 10,6% no primeiro trimestre de 2023, com a empresa a salientar as subidas de no Expresso e Encomendas (de +745,7%) e no Banco CTT (de 48,6%), ambos graças a uma alavancagem operacional suportada pela expansão dos rendimentos e pelos investimentos
feitos em anos anteriores.
Por outro lado, os Serviços Financeiros e Retalho registaram uma queda de 15,2 milhões de euros, ou 83,9%, no EBIT recorrente.
A empresa recordou que no primeiro trimestre de 2023 os títulos de dívida pública atingiram níveis máximos históricos de colocação, induzidos pela maior atratividade do produto quando comparado com os depósitos bancários.
“A alteração das condições de comercialização em junho de 2023 reduziu a atratividade deste produto para o aforrador, devido à redução das taxas de juro, e limitou a capacidade de comercialização, devido à diminuição drástica dos limites máximos de aplicação por subscritor”, referiu.
“Perspetiva-se que uma possível futura alteração das condições de comercialização venha a aumentar novamente a atratividade deste produto”, acrescentou.
Apesar da descida homóloga no trimestre, os CTT salientaram que “reitera-se o guidance de EBIT recorrente para 2024 acima de 88 milhões de euros, tendo em conta o forte desempenho do segmento Expresso e Encomendas, Banco CTT e Correio”, adiantando que esta previsão assume que se irá colocar cerca de 3 milhões de euros em dívida pública durante o ano.
Banco CTT “bem posicionado” para metas
Em relação ao Banco CTT, a empresa explicou que crescimento dos rendimentos contou com o desempenho positivo da margem financeira, que subiu 9,3% para 24,1 milhões. Os juros recebidos aumentaram 14,8 milhões, beneficiando da subida de taxas de juro e do crescimento de volume, enquanto os juros pagos aumentaram 12,8 milhões face ao mesmo período de 2023 devido ao aumento das taxas de remuneração dos depósitos dos clientes e securitizações de crédito automóvel.
O EBIT recorrente do banco ascendeu a 6,3 milhões (+48,6% h) graças à alavancagem operacional sustentada pelo forte crescimento de volumes de negócio, nomeadamente em depósitos e empréstimos imobiliário e automóvel, adiantou.
“Assim, o Banco CTT encontra-se bem posicionado para atingir os objetivos de 2025, divulgados em setembro 2023″, nomeadamente atingir 700 mil a 750 mil contas abertas (face às 658 mil no final do primeiro trimestre deste ano), crescer em recursos captados e em crédito concedido para um volume de negócio acima dos 7 mil milhões face aos 6,2 mil milhões no final do trimestre) e melhorar a rendibilidade, com resultados antes de impostos entre 25 milhões e 30 milhões, dos 21 milhões em 2023 e 5,1 milhões no primeiro trimestre de 2024.).
Antes da divulgação dos resultados, as ações dos CTT fecharam a sessão de quinta-feira a subir 3,51% para 4,565 euros.
(Notícia atualizada às 19h10)
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