Novo provedor já tomou posse. Paulo Duarte de Sousa assume “graves desafios” na Santa Casa
Paulo Duarte de Sousa promete enfrentar "graves desafios" na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Ministra salienta “importância da gestão transparente e criteriosa” com nova liderança.
O novo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) assume ter consciência dos “graves desafios que a instituição enfrenta hoje”, prometendo “defrontá-los honrando sempre o seu legado histórico e propósito inicial”. Paulo Duarte de Sousa tomou posse esta segunda-feira, com a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social a salientar a “importância da gestão transparente e criteriosa” com uma nova liderança.
Na cerimónia de tomada de posse, Paulo Duarte de Sousa começou o curto discurso a sinalizar que foi “com orgulho e responsabilidade” que aceitou o convite do Governo liderado por Luís Montenegro para assumir as funções de provedor, sucedendo a Ana Jorge, que foi demitida pelo Governo no dia 29 de abril.
Com orgulho porque, explicou, “a SCML é uma instituição de inestimável utilidade pública, porque a sua missão é trazer bem-estar às pessoas, a começar pelos mais desprotegidos”. Mas também com sentido de responsabilidade, destacou ainda, porque “estando ciente dos graves desafios que a instituição enfrenta hoje”, irá “defrontá-los honrando sempre o seu legado histórico e propósito inicial”.
Paulo Duarte de Sousa prometeu assumir o cargo com “dedicação”, nomeadamente aos trabalhadores e às equipas da SCML, mas também “às múltiplas atividades da instituição, no espírito da tradição cristã, obras de misericórdia do compromisso originário, bem como secular atuação em prol de toda a comunidade”.
Paulo Duarte de Sousa foi o nome escolhido para presidir à mesa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa “pela sua experiência em gestão e na área social”, segundo anunciou o Governo.
A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, que também discursou nesta tomada de posse, salientou que Paulo Duarte de Sousa tem o “melhor perfil para enfrentar os sérios desafios que a Santa Casa tem pela frente”, nomeadamente de “continuar a assegurar condições de sustentabilidade indispensáveis”.
Para Rosário da Palma Ramalho, é necessária uma “gestão responsável e rigorosa dos recursos financeiros e humanos”, nomeadamente para “garantir que a SCML continua a dar resposta social, sobretudo aos mais desprotegidos”. Com esta mudança, a Santa Casa “inicia agora um novo ciclo na sua liderança, que compreende a importância da gestão transparente e criteriosa para proteger a missão” da instituição.
A ministra sinalizou ainda na mesma ocasião que “em breve será anunciada a composição da mesa da SCML e a data da sua tomada de posse para que os novos trabalhos possam ter início o mais depressa possível”.
A escolha de Paulo Duarte de Sousa começou por causar polémica, uma vez que, há quatro anos, o novo provedor foi condenado pelo banco central de Moçambique a uma pena de inibição de três anos de exercer cargos sociais e funções de gestão em instituições de crédito e sociedades financeiras, devido a uma situação de “conflito de interesses” durante a sua passagem pela administração do Banco Comercial e de Investimentos de Moçambique. No entanto, como o ECO revelou depois, o gestor foi absolvido dessa inibição, que já transitou em julgado.
Além disso, segundo o Correio da Manhã, o novo provedor era administrador vogal da Wolfpart, empresa criada pela Caixa Geral de Depósitos para investir no empreendimento de Vale do Lobo, em 2006, num negócio que, anos depois, faria o banco público perder cerca de 100 milhões de euros. Paulo Duarte de Sousa nega, contudo, “qualquer responsabilidade”.
(Notícia atualizada às 18h15)
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