Paris critica “posicionamento político” de países que reconheceram Palestina

  • Lusa
  • 29 Maio 2024

O ministro dos Negócios Estrangeiros disse lamentar que "alguns Estados europeus tenham privilegiado o posicionamento político no contexto de uma campanha eleitoral europeia, que não resolve nada".

O chefe da diplomacia francesa acusou os países europeus que reconheceram o Estado da Palestina de privilegiarem o “posicionamento político”, nomeadamente no contexto da campanha eleitoral europeia, em detrimento de uma solução diplomática para o conflito israelo-palestiniano.

“A França é a favor de uma solução de dois Estados. Por definição, a questão do reconhecimento terá obviamente de entrar em jogo. A questão que se coloca, e eu disse-o muito claramente aos meus homólogos espanhol e irlandês em particular, é: qual é o dia a seguir à questão do reconhecimento? Qual é o ponto diplomático?”, disse Stéphane Séjourné aos senadores franceses.

A posição do ministro dos Negócios Estrangeiros francês surge um dia depois de Espanha, Irlanda e Noruega terem reconhecido oficialmente o Estado da Palestina, com o objetivo, sustentaram, de avançar para a paz no Médio Oriente. O seu país, continuou, “não está a tomar uma posição política, está a procurar soluções diplomáticas para esta crise”.

O ministro dos Negócios Estrangeiros francês disse lamentar que “alguns Estados europeus tenham privilegiado o posicionamento político no contexto de uma campanha eleitoral europeia, que não resolve nada”. “Diga-me exatamente o que é que o reconhecimento espanhol mudou na situação de Gaza no dia seguinte? Nada!”, afirmou Séjourné.

Paris, acrescentou, “está a tomar medidas junto do Conselho de Segurança da ONU” para encontrar uma solução diplomática. Na terça-feira, o Presidente francês, Emmanuel Macron, reiterou que o reconhecimento de um Estado palestiniano não é “um assunto tabu”, mas que deve ser feito “num momento útil”, e não em resposta a “emoções”.

O Estado da Palestina é atualmente reconhecido por 145 dos 193 Estados membros da ONU, de acordo com os números fornecidos pela Autoridade Palestiniana. A maioria dos países da Europa Ocidental, entre os quais Portugal, e da América do Norte, a Austrália, o Japão e a Coreia do Sul não constam da lista.

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