ADENE faz retrato da energia em Portugal. Mais independência e com mais renováveis, mas mais cara que em 2013

O preço da energia, em particular do gás natural e dos combustíveis rodoviários, subiu nos dez anos que terminam em 2023. Também o preço da eletricidade subiu, embora ligeiramente.

A ADENE – Agência para a Energia faz o retrato de uma economia menos intensiva no consumo de energia, com menos emissões, mais capacidade renovável e menos dependente do exterior, tendo em conta os últimos dez anos. Já os preços da energia estão mais elevados, sobretudo no que diz respeito aos combustíveis fósseis.

A informação consta da edição de 2024 do “Energia em Números”, que foi apresentado esta quarta-feira, dia 29 de maio, pela ADENE, a propósito do Dia Mundial da Energia.

A evolução dos últimos anos mostra-nos que estamos no caminho certo“, lê-se na mensagem escrita por Jerónimo Cunha, diretor-geral da Energia e Geologia, no relatório. Em 2022, verificou-se que a incorporação de renováveis no consumo final bruto de energia correspondeu a 34,7%, ou seja 0,7 p.p. acima da meta intercalar a que Portugal se propôs para 2024, de 34%.

Economia menos intensa no consumo de energia

A intensidade energética é o rácio entre o consumo de energia de um país e o seu Produto Interno Bruto (PIB). Em Portugal, caiu 10,3% em 2022 face a 2012, no que diz respeito ao consumo de energia final.

O setor de atividade que mais baixou a intensidade energética foi a indústria (desceu 15,% para as 120 toneladas equivalentes de petróleo por milhão de euros), seguido dos transportes (-9,7% para 28 teq/M de euros) e do setor doméstico (-8,3 para os 22 teq/M de euros).

Menos emissões poluentes

As emissões de dióxido de carbono do setor energético caíram 18,8% em 2022 face a 2012, ao mesmo tempo que a intensidade carbónica da economia diminuiu 27,4%, nesse período.

 

Em 2022, Portugal já não consumia carvão e reduziu o consumo de petróleo face a 2012 (embora ligeiramente, de 43,3% para 42%): Mas, nos mesmos dez anos, olhando ao consumo de energia primária por formas de energia, regista-se um aumento da fatia do consumo de gás. Já o peso das renováveis no consumo cresceu, de 20,5% para 30,8%, neste mesmo horizonte.

Mais capacidade renovável

A potência instalada era, em 2023, 25,9% superior em relação a 2013. Portugal apresentava um total de 24.707 megawatts (MW) instalados. O aumento deu-se na capacidade renovável, que estava nos 18.753 MW em 2023, 65,6% acima do nível de 2013.

Combustíveis, eletricidade e gás natural mais caros

Os preços das diferentes fontes de energia encareceram. O maior salto verificou-se no gás, cujo preço em 2023 estava mais de 50% acima do registado em 2013, tanto nas casas como para a indústria.

Preços do gás natural (em euros por gigajoule)

Também se regista um aumento nos combustíveis rodoviários desde 2013. O salto vai desde os 8,9% na gasolina até aos 14,5% no gasóleo.

Preço dos combustíveis rodoviários (em euros por litro)

Na eletricidade, e nas franjas de consumo mais representativas em Portugal, a subida nos 10 anos entre 2013 e 2023 foi mais discreta: 3,5% para os consumidores domésticos e 2% para a indústria.

 

Preço da eletricidade (em quilowatts-hora)

País menos dependente

“A diminuição da dependência energética face ao exterior constitui um dos principais objetivos da política energética nacional”, assinala o relatório. A meta para 2030 coloca a fasquia nos 65%. Houve uma subida na dependência face a 2021, que o relatório justifica com a recuperação da atividade económica. Contudo, face a 2012, regista-se uma descida de 79,4% para os 71,2% correspondentes a 2022.

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