MB Way vai funcionar sem cartão associado (e os limites das transferências vão subir)
A aplicação da Sibs vai passar a funcionar numa lógica de contas bancárias e transferências imediatas. E os limites por transferência e mensal serão aumentados.
A Sibs, gestora do Multibanco e do MB Way, está a preparar uma alteração estrutural no funcionamento desta aplicação financeira. Quando estiver concretizada, e os bancos tiverem aderido, as transferências pelo MB Way serão tratadas como transferências bancárias imediatas, ao invés de pagamentos entre cartões, disseram ao ECO duas fontes conhecedoras do assunto.
Para isto ser possível, a Sibs vai permitir adicionar contas bancárias ao MB Way, ao invés de só permitir registar cartões. Para os clientes, na prática, esta mudança vai significar ainda um aumento dos atuais limites de utilização do MB Way, que, no esquema atual, só permite transferir até 750 euros por operação, num máximo de 2.500 euros recebidos e enviados por mês.
O ECO apurou que esta novidade vai começar a ser implementada no MB Way no início do segundo semestre, mas a transição do modelo baseado em cartões para o modelo de contas será mais gradual, dependendo do ritmo de adoção das próprias instituições bancárias aderentes. Por isso, a conclusão do processo poderá arrastar-se para 2025.
No início do mês, o ECO contactou a Sibs para confirmar esta informação. Na altura, a empresa não quis fazer comentários.
Esta novidade surge num momento em que estão a aparecer várias novidades nos pagamentos em Portugal. No dia 24 de junho, o Banco de Portugal lança oficialmente o SPIN, que permite associar um número de telemóvel ou NIPC (no caso das empresas) a uma conta bancária para receber transferências bancárias. Ou seja, quem ordenar uma transferência poderá optar por indicar o número de telemóvel, em alternativa ao IBAN, se o beneficiário for aderente. Os bancos terão um período de transição para adaptarem os vários canais a esta novidade.
Além disso, no dia 20 de maio, o Banco de Portugal disponibilizou a confirmação do beneficiário nas transferências bancárias, permitindo que quem esteja a fazer uma transferência saiba a identidade do beneficiário da conta. Conjugada com o SPIN, passará a ser possível transferir dinheiro para um contacto da lista telefónica do telemóvel e confirmar que é mesmo a pessoa a quem se deseja transferir o dinheiro. Até então, a confirmação do beneficiário já estava disponível nas transferências feitas nas caixas Multibanco.
Depois, no início do ano que vem, entrará em vigor legislação europeia que determina que os bancos não poderão cobrar a mais pelas transferências imediatas, pelo que estas tenderão a ser gratuitas. Em 2023, só cerca de 5% do total de transferências emitidas em Portugal foram transferências imediatas, facto a que não é alheio o preço cobrado pelos bancos por este serviço.
Ao abrigo dessa lei, a partir de 9 de janeiro de 2025 todos os bancos serão obrigados a disponibilizar a receção de transferências imediatas. Meses depois, no dia 9 de outubro, terão de permitir também o envio de transferências imediatas. Atualmente, cerca de metade dos bancos em Portugal não disponibilizam estas opções aos seus clientes.
Com a alteração que está a ser feita no MB Way, fica também aberto o caminho para uma melhor integração deste serviço com outras soluções europeias. E, como o ECO noticiou em dezembro, está já previsto que até ao final do ano seja possível usar o MB Way para enviar e receber dinheiro de e para um número de telemóvel espanhol ou italiano, ou fazer pagamentos com a aplicação nestes países, ao abrigo de um protocolo assinado entre a Sibs, o espanhol Bizum e o italiano Bancomat.
Juntas, estas plataformas são utilizadas por 42,7 milhões de pessoas e foram responsáveis por quase 1,5 mil milhões de pagamentos em 2023 nos três países. Atualmente, o MB Way, por si só, tem seis milhões de utilizadores, que fazem cerca de 20 milhões de operações por mês.
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