Aumento dos casos de covid-19 em Espanha põe em evidência a vulnerabilidade dos doentes imunocomprometidos

  • Servimedia
  • 31 Maio 2024

A covid-19 manteve os seus números sob controlo nos primeiros meses do ano, no entanto, no mês de maio houve um aumento das infeções em Espanha atingindo uma taxa de 55,9 casos por 100.000 habitantes.

O último relatório do Instituto de Saúde Carlos III do Sistema de Vigilância das Infeções Respiratórias Agudas (SIVIRA), que analisa o período de 20 a 26 de maio, mostra que o número de casos duplicou em relação à semana anterior (27,8).

Esta tendência de crescimento também se reflete nos números da maioria das comunidades onde, por exemplo, vale a pena destacar a situação na Comunidade de Madrid, onde 985 novos casos de covid-19 foram notificados em pessoas com mais de 60 anos de idade de 20 a 26 de maio, o que representa mais do dobro do número de casos (119,9% mais) em comparação com a semana anterior.

Uma situação que, embora não seja motivo de alarme, “requer uma atenção especial naqueles pacientes mais vulneráveis em que a vacinação, por falta de resposta, falhou”, como explica o Dr. Javier Castrodeza, professor da Universidade de Valladolid e chefe do Serviço de Medicina Preventiva e Saúde Pública do Hospital Clínico Universitario de Valladolid. Atualmente, cerca de um terço das amostras respiratórias processadas pelos laboratórios de microbiologia são positivas para a covid, “sem dúvida um dado relevante para estar vigilante no momento atual”, como acrescenta.

Especificamente, o “Relatório sobre Infeções Respiratórias Agudas” da semana de 20 a 26 de maio reflete que em Castela e Leão se registou uma taxa de incidência de covid-19 de 68 casos por 100.000 habitantes, com uma maior afetação nas pessoas com mais de 75 anos. Isto representa um aumento de 240% em comparação com a semana anterior.

Além disso, como salienta o Dr. Castrodeza, o número de pacientes internados no Hospital Clínico Universitario de Valladolid aumentou de sete em março e abril para 33 em maio. A este respeito, sublinha que “embora se trate de um número reduzido, queremos transmitir a importância da vigilância para podermos avaliar corretamente a situação, porque isso ajuda-nos a conhecer melhor a doença sem minimizar a sua presença, mas também sem a aumentar”.

Javier Castrodeza explica que os dados mais impressionantes são os dos hospitais, “que são os que refletem o maior impacto desta doença”. Entre estes pacientes encontram-se “pacientes de risco, pacientes imunocomprometidos, pacientes com patologias graves (com processos oncológicos hematológicos, transplantes reais ou cardíacos…) pacientes que, no caso de sofrerem uma infeção por covid, poderiam complicar substancialmente o seu processo evolutivo”.

Nestes pacientes, conforme indicado pelo Hospital Clínico Universitario de Valladolid, é necessário efetuar um acompanhamento especial. Nas palavras do médico, “a covid está aqui, embora não na mesma escala que estava, e nestes pacientes é altamente recomendável que a vacinação seja apropriada. Atualmente, estão disponíveis tanto vacinas de RNA mensageiro como vacinas adaptadas com adjuvantes proteicos, que podem, sem dúvida, ajudar a proteger contra esta doença. Além disso, no caso de não haver uma resposta adequada da vacina ou mesmo de não haver resposta, podem ser consideradas outras alternativas para os proteger de um possível agravamento da sua doença em doentes imunocomprometidos, aplicando outros mecanismos de imunização passiva com anticorpos monoclonais, se necessário.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Aumento dos casos de covid-19 em Espanha põe em evidência a vulnerabilidade dos doentes imunocomprometidos

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião