A Aliança Bluewave apela à proteção de 30% do Mediterrâneo até 2030 no seu simpósio anual

  • Servimedia
  • 14 Junho 2024

Cientistas, empresas e empreendedores ambientais defendem este objetivo num simpósio organizado em Barcelona pela Bluewave Alliance, a iniciativa da ISDIN dedicada à recuperação do Mar Mediterrâneo.

A proteção e a recuperação do Mediterrâneo reuniram cientistas, empresas e empreendedores ambientais no Simpósio Bluewave, realizado em Barcelona. O encontro foi organizado pela Bluewave Alliance, uma iniciativa dedicada a restaurar a saúde e a beleza do Mar Mediterrâneo, promovida pelo laboratório ISDIN, que estabeleceu o objetivo de trabalhar para proteger 30% deste mar até 2030.

Desta forma, torna-se um aliado fundamental para amplificar a campanha do biólogo marinho e explorador da National Geographic Manu San Felix, também embaixador da Bluewave Alliance. De acordo com os especialistas, se 30% das áreas protegidas fossem atingidas, os restantes 70% seriam capazes de se regenerar. Atualmente, 9,7% dos mares e oceanos do mundo estão declarados áreas marinhas protegidas, mas apenas 1,7% têm um plano de gestão e apenas 0,02% têm uma proteção efetiva.

O Simpósio Bluewave, realizado no Auditório do Porto Olímpico de Barcelona, contou com a presença de 160 pessoas que puderam ouvir quatro mesas redondas sobre os principais desenvolvimentos e projetos no domínio da proteção das zonas marinhas. O CEO da ISDIN, Juan Naya, abriu o evento e Manu San Félix fez o discurso de encerramento.

A primeira mesa redonda, centrada nas últimas novidades e avanços nos mares e oceanos, contou com a participação de investigadores de renome do Centro de Estudos Avançados de Blanes (CEAB) – CSIC, Emma Cebrián e Enric Ballesteros, Miquel Canals, investigador da Universidade de Barcelona, Josep Lluís Pelegrí, investigador do Instituto de Ciências do Mar (ICM) – CSIC.

Na sua intervenção, Emma Cebrián explicou diferentes projetos de restauração no Mar Mediterrâneo e salientou a importância de identificar as ações a realizar, uma vez que nem sempre são levadas a cabo da mesma forma. Neste sentido, deu o exemplo de projetos de recuperação de ecossistemas marinhos ao longo da costa espanhola através de ações adaptadas a cada um deles, como a melhoria da qualidade da água ou a remoção de herbívoros como os ouriços-do-mar.

Cebrián salientou também o importante papel da Aliança Bluewave: “é impossível alcançar o objetivo de recuperar o Mediterrâneo se todos os atores não estiverem envolvidos, e isso faz parte do trabalho da aliança”.

Por seu lado, Enric Ballesteros sublinhou a necessidade de projetos para a preservação e recuperação da posidonia oceanica. Segundo o especialista, “a posidónia, as macroalgas, etc., são como um edifício onde vivem outras espécies e funcionam como estruturas que reúnem a diversidade”.

Um exemplo disso é a replantação de 7 500 m2 de Posidónia na costa das Baleares promovida pela Bluewave Alliance. Outro marco do ano passado foram as 65 toneladas de plástico recolhidas do mar em 2023 em conjunto com a Gravity Wave, um número que deverá aumentar em 2024 para 200 toneladas.

Por esta razão, na abertura do evento, o CEO do ISDIN, Juan Naya, quis destacar o trabalho da Bluewave Alliance em “ajudar, consciencializar e educar para recuperar a saúde e a beleza do Mediterrâneo”. Um projeto do qual “cada vez mais pessoas e organizações querem fazer parte”, afirmou Naya.

Durante o Simpósio, foi também apresentada a minissérie Waves of Tomorrow, criada pela Bluewave Alliance e pela Odicean Expeditions para inspirar sobre as Áreas Marinhas Protegidas. Além disso, outras organizações, como a Fundação Banco Sabadell, a Fundação Climent Guitart e o Grupo Consortium, também participaram para explicar o seu empenhamento na responsabilidade ambiental.

Após a reunião, realizou-se uma noite de gala e foram entregues os Prémios Bluewave. Os prémios reconheceram três importantes profissionais mundiais que, através da sua contribuição para o progresso científico, do seu trabalho no desenvolvimento de tecnologias inovadoras e da arte como meio de sensibilização e educação, contribuíram para a conservação e proteção dos mares e oceanos.

A Dra. Iosune Uriz foi galardoada com o Bluewave Award 2024- Science pela sua contribuição e liderança no avanço científico. A Dra. Uriz é uma das principais profissionais especializadas em taxonomia, biologia e genética populacional de esponjas marinhas, com reconhecimento internacional. Além disso, realizou investigações no Mediterrâneo e na Antárctida, tendo descoberto mais de 30 novas espécies.

Na categoria Tecnologia, o Prémio Bluewave 2024 – Engenharia foi atribuído ao Dr. Michel André, professor da Universidade Politécnica da Catalunha (UPC) e diretor do Laboratório de Aplicações Bioacústicas (LAB), pela sua investigação e contribuição para o desenvolvimento de tecnologias acústicas para a proteção e conservação dos mares e oceanos.

Por último, o Prémio Bluewave 2024 – Arte foi atribuído ao escultor Lorenzo Quinn, que foi homenageado pelo seu contributo artístico para a sensibilização para a proteção do ambiente e para a necessidade de apoiar as comunidades afetadas por catástrofes naturais. Quinn é um artista empenhado em utilizar materiais sustentáveis nas suas esculturas.

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