Rui Costa rejeita crise de liderança no Benfica. “Não há vazios nem ausência de decisão”
O presidente do Benfica falou aos sócios na AG, três dias depois da demissão de Luís Mendes, vice-presidente e administrador-executivo da SAD.
O presidente do Sport Lisboa e Benfica, Rui Costa, rejeitou este sábado a existência de uma crise de liderança no clube, afirmando que não há “vazios de decisão, três dias depois de Luís Mendes, vice-presidente e administrador-executivo da Sociedade Anónima Desportiva (SAD) e responsável pela área financeira, ter renunciado ao cargo.
“Caros consócios, não há nenhuma crise de liderança no Benfica”, afirmou Rui Costa este sábado aos sócios no início de Assembleia Geral Ordinária do Clube no Estádio da Luz, em declarações divulgadas no site do clube.
“Não há vazios nem ausência de decisão. O Presidente do Benfica está aqui, como sempre esteve, como também está aqui a sua Direção para dar a cara perante todos vós”, explicou.
“Assumimos as nossas responsabilidades e temos um projeto para o futuro do Clube. Não viro as costas nem fujo às minhas obrigações. Respondo por mim e pela minha equipa, mesmo por aqueles que decidiram sair“, sublinhou.
A informação da demissão de Luís Mendes foi confirmada esta quarta-feira pelo Benfica, através de comunicação à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), após de ter sido conhecido, publicamente, a existência de divergências com Rui Costa.
Luís Mendes era responsável pelo pelouro financeiro, entre outros, depois da saída do CEO Domingos Soares de Oliveira.
“Encontrar mártires onde eles não existem”
Segundo o Correio da Manhã terão sido os elevados gastos com a empresa de segurança que trabalha para as águias na base da divergência entre o líder do clube e o seu ‘braço direito’. Este sábado, Rui Costa não se referiu especificamente a esse tema, mas falou sobre os Fornecimentos e Serviços Externos (FSE).
“Relativamente aos FSE, tenho lido e ouvido muito durante estes dias, mas vamos ser claros: tem sido um cavalo de batalha desta direção estancar o crescimento anual dos FSE e garantir total prioridade à componente desportiva”, referiu. “Não há nenhum contrato que não tenha sido revisto e examinado em detalhe ao longo dos últimos três anos”.
Explicou que é uma trajetória “que está a ser revista e uma batalha que está a ser ganha apesar dos valores de inflação, dos compromissos assumidos e apesar de termos todas as equipas a competir na Europa como nunca tivemos, com todos os respetivos custos que tal representa”.
“Insisto: tem sido das maiores batalhas internas garantir um investimento máximo na componente desportiva, diminuindo tudo o que é acessório. A prioridade máxima é vencer”, adiantou, sublinhando: “Não vale a pena fazer disto um tema ou encontrar mártires onde eles não existem“.
“Justifico cada transferência”
Rui Costa falou também aos sócios sobre a auditoria forense da EY feita à SAD do Benfica e que – entre 1 de setembro de 2021 e 13 de outubro de 2023 – analisou os contratos de transferência de 51 jogadores do clube dos encarnados e respetivos 76 agentes – de 2008 a 2022 – no seguimento do chamado processo Cartão Vermelho.
O presidente do Benfica disse que, relativamente às questões da transparência e boas práticas, a direção tem procurado informar os sócios.
“A cada mercado justifico cada uma das contratações, o seu racional e o que representa em termos de custos, bem como as vendas de jogadores”, disse.
“Fizemos uma auditoria a todos os contratos que estão na Operação Cartão Vermelho. Todos. Disponibilizámos essas conclusões aos sócios antes desta AG e entregámo-las ao Ministério Público”, vincou.
Anunciou que “vamos fazer uma nova auditoria aos contratos que estão sob investigação das autoridades, e assim será sempre que haja dúvidas por parte da justiça”.
“Mais importante ainda, posso garantir que neste mandato praticamos as melhores práticas de compliance e aplicamos as indicações da FIFA para garantir total transparência”, precisou Rui Costa.
A segunda assembleia-geral do Benfica está realizar-se esta tarde no Estádio da Luz, a partir das 16:00, ao invés do Pavilhão n.º2 do complexo, devido à grande afluência de sócios que criou atrasos e alguma desorganização nas entradas.
A assembleia-geral extraordinária, para discussão e votação das propostas de alteração dos estatutos do clube, estava prevista iniciar-se às 10h30, mas apenas arrancou pelas 12h15, face aos milhares de pessoas que começaram a fazer fila desde bem cedo no complexo.
A afluência causou algumas dúvidas sobre a capacidade do pavilhão em albergar todos os associados, mas a sessão manteve-se no mesmo local e durou cerca de 30 minutos, quando ainda existiam dezenas de pessoas na fila, à espera para entrarem no recinto.
(Notícia atualizada às 17h25)
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