Primor de Famalicão “fatia” 24º mercado de exportação em Cabo Verde

Com sede em Vila Nova de Famalicão, o grupo Primor emprega 850 pessoas, fatura 154 milhões de euros e exporta charcutaria para 23 países.

A Primor nasceu em 1961 em Vila Nova de Famalicão pelas mãos de Joaquim Moreira Pinto e Ana Amélia. De uma pequena empresa local, o casal criou um verdadeiro império na área das carnes, concentrando todo o processo de abate, desmanche e transformação. Passados 63 anos, o grupo tem unidades de produção em Portugal e Angola, emprega 850 pessoas, exporta para 23 países nos cinco continentes, faturando 154 milhões de euros. Nos planos da empresa familiar está o alargamento dos mercados externos, prevendo chegar ainda este ano a Cabo Verde.

Com capital 100% português, o grupo minhoto detém três marcas: Primor Charcutaria, ICM e Valinho, que são responsáveis por mais de 36 mil toneladas de produtos de charcutaria vendidos por ano. A Primor é a empresa mais antiga do grupo e responsável pela produção de charcutaria, pesando este segmento quase metade (47%) no volume de negócios consolidado.

Diariamente, saem das instalações da Primor cerca de 28 camiões. Da Primor Charcutaria-Prima saem, em média, nove camiões por dia carregados com vários produtos de charcutaria. Já da ICM (carnes frescas) saem perto de 19 camiões todos os dias, carregados de peças de carne de porco e que são distribuídos de norte a sul do país. Tanto para a distribuição moderna e cash&carry, como para o mercado tradicional e profissional, assim como para o internacional.

Na Primor Charcutaria, os mercados mais relevantes são Bélgica, Reino Unido, Moçambique, Alemanha e França, enquanto na ICM os maiores compradores são oriundos de Espanha, França, Bulgária, China e Angola.

Investe em embalagens sustentáveis e automação

Este ano, como revelou ao ECO, o grupo familiar tem previsto um investimento de dois milhões de euros para reforçar os projetos de inovação e sustentabilidade. Em causa estão embalagens mais sustentáveis e equipamentos que garantam esse embalamento, mas também a automação dos processos e máquinas que permitam maior volume e eficiência produtiva.

Entre 2020 e 2023, o grupo famalicense calcula ter investido cerca de 9,3 milhões de euros na indústria, dos quais 50% foram em projetos de inovação e sustentabilidade. Nomeadamente, em áreas como I&D, capacitação produtiva, eficiência energética e descarbonização da indústria.

Recuando na história, foi em 1985 que a Primor entrou pela primeira vez na lista das mil maiores empresas nacionais, de acordo com o ranking Dun & Bradstreet. Em 2002 adquire a ICM Pork, especializada na desmancha e comercialização de carne de suíno, refrigerada e congelada e a “maior exportadora portuguesa do segmento fornecendo para a Europa, América, Ásia e África”. Quatro ano depois, redefine a estratégia e expande cada uma das áreas de negócio, criando três segmentos: abate (Central Carnes); carnes frescas (ICM) e orodutos de charcutaria (Primor Charcutaria).

Em 2011, o ano da entrada da troika em Portugal, adquire metade do Grupo Valinho Angola, apontada como a única indústria de charcutaria em Angola. Nesse mesmo ano, a empresa portuguesa já detinha um entreposto e uma unidade industrial na província de Luanda, que foi transformada para duplicar a capacidade produtiva. Em 2014, a Primor participa na Feira Internacional Foodex Tóquio e, um ano depois, constitui a holding.

Inovação como “segredo do negócio”

Com foco na inovação, a Primor desenvolveu uma unidade produtiva, em pequena escala e equipada tecnologicamente para realizar testes e ensaios no âmbito do desenvolvimento de novos produtos de charcutaria. “A uma escala muito reduzida, conseguimos obter protótipos para a validação de provas de conceito de cada novo produto. Permite-nos reproduzir todo o processo industrial, que antecede o scale-up, reduzindo o time-to-market dos novos produtos”, explicam Pedro Jorge Pinto e André Oliveira, que lideram o grupo.

A uma escala muito reduzida, conseguimos obter protótipos para a validação de provas de conceito de cada novo produto. Permite-nos reproduzir todo o processo industrial, que antecede o scale-up, reduzindo o time-to-market dos novos produtos.

Pedro Jorge Pinto e André Oliveira

Gestores do Grupo Primor

Os representantes máximos da terceira geração da família destacam, por outro lado, que a marca “alia o forte know-how a uma constante procura de inovação, que é o pilar estratégico e motor para o crescimento da empresa, privilegiando o contacto permanente com a comunidade académica e científico tecnológica”. “A participação em projetos de investigação e o acolhimento de universidades e estudantes fazem parte do dia-a-dia do grupo”, concluem.

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