BRANDS' ECO “Estamos empenhados em desenvolver inovações e produtos que proporcionem uma superioridade clara, de forma sustentável”

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  • 25 Junho 2024

Sónia Valentim, Diretora de Marketing e Comunicação, P&G Portugal, partilha, em entrevista ao ECO, a jornada rumo à sustentabilidade que a P&G tem vindo a fazer.

O caminho da sustentabilidade já não é uma opção, é um percurso que todos têm obrigatoriamente de fazer, inclusivamente as empresas. Nesse sentido, são cada vez mais as marcas que estão a fazer mudanças significativas na forma como abordam a sua responsabilidade ecológica e, para isso, têm vindo a fazer um caminho de compensação, que procura atenuar os danos causados ao ambiente.

Esta transformação manifesta-se através da adoção de medidas para reduzir o impacto ambiental, tais como a diminuição do uso de materiais não recicláveis e a implementação de processos de produção sustentáveis. Paralelamente, muitas marcas também estão a investir em iniciativas de apoio e solidariedade, numa tentativa de equilibrar os efeitos das suas operações. Este movimento reflete uma crescente consciencialização e responsabilidade no mundo empresarial, à medida que as empresas procuram responder às crescentes expectativas dos consumidores em relação à sustentabilidade e à ética corporativa.

A P&G é um desses exemplos, já que tem vindo a percorrer uma jornada rumo à sustentabilidade, que abrange não só a própria empresa, mas todos os envolvidos, como fornecedores e os próprios clientes. Sónia Valentim, Diretora de Marketing e Comunicação, P&G Portugal, revela, em entrevista ao ECO, os passos que a marca tem vindo a dar para se tornar mais amiga do ambiente.

Quando começou a jornada da P&G rumo à sustentabilidade e porquê?

A P&G foi fundada há mais de dois séculos com a missão de servir as pessoas com produtos de qualidade e valor superior. É esta a missão que fundamenta o propósito de hoje: melhorar a vida do consumidor, agora e para as gerações futuras. Para alcançar este propósito, inovação e sustentabilidade são conceitos indissociáveis.

A realidade é que servimos milhões de pessoas por todo o mundo, pelo que estamos empenhados em ter um impacto positivo nas casas, nas comunidades e no nosso planeta e foi com esta determinação que definimos em 2018 a nossa Ambição 2030.

A Ambição 2030 foi uma das iniciativas que a P&G criou com o objetivo de estabelecer medidas mais sustentáveis. Pode falar-nos delas?

Assente em quatro pilares – Clima, Natureza, Água e Resíduos. A Ambição 2030 é um compromisso que reflete a nossa determinação em ter um impacto positivo no nosso planeta. Estamos empenhados em desenvolver inovações e produtos que proporcionem uma superioridade clara, de forma sustentável.

Na área do clima, temos como objetivo alcançar “Net zero” (zero emissões líquidas de gases com efeito de estufa (GEE)) até 2040. Para a área da natureza, desenvolvemos projetos de reflorestação e estamos focados em garantir o fornecimento sustentável das nossas matérias-primas, através de 100% de certificação FSP (certificação pela Forest Stewardship Council) em todas as fibras e RSPO (certificação pela Mesa Redonda sobre Óleo de Palma Sustentável) em óleo de palma, até 2030.

Em relação à água temos também metas claras, que incluem a redução em 35% do consumo de água em todas as fábricas da P&G e o restauro de mais água do que é consumida nas fábricas que temos em dezoito áreas identificadas com stress hídrico.

Outra importante prioridade é a redução de resíduos e aqui trabalhamos para o objetivo de redução de 50% de plástico virgem, para embalagens 100% recicláveis, bem como em colaborações para dimensionar soluções na indústria para o uso circular de materiais.

O nosso objetivo é ter um impacto positivo, reduzindo o nosso próprio impacto, usando a nossa presença na indústria para impulsionar soluções em grande escala e dando aos consumidores ferramentas para que possam reduzir o seu impacto em casa, através de produtos mais eficientes, que promovam hábitos de consumo sustentáveis.

Um dos objetivos da Ambição 2030 é reduzir as emissões de GEE da sua cadeia de abastecimento para 2030 e alcançar “Net zero” até 2040. Que medidas estão a colocar em prática para atingir estes objetivos?

A ambição da P&G é atingir NET Zero em toda a nossa cadeia de abastecimento e operações, desde a matéria-prima até ao retalhista, até 2040. Este objetivo foi definido em setembro de 2021, mas, na realidade, a jornada começou há mais de uma década.

Neste caminho e com este propósito, a P&G partilhou também um Plano de Ação para a Transição Climática que cobre todo o ciclo de vida das emissões dos nossos produtos e embalagens, em toda a cadeia de abastecimento, operações, utilização dos nossos produtos pelos consumidores, e fim de vida do produto.

Sónia Valentim, Diretora de Marketing e Comunicação, P&G Portugal.

Para alcançar o objetivo “Net Zero”, estamos a trabalhar para reduzir as emissões nas nossas operações, acelerar a eletricidade renovável e descarbonizar a nossa cadeia de distribuição e logística. Por exemplo, relativamente à redução das emissões das nossas operações, de 2010 a 2020, reduzimos as emissões absolutas nas nossas operações globais em 52%, através da eficiência energética e da eletricidade renovável. À medida que continuamos a reduzir as emissões, também avançamos em soluções climáticas naturais para equilibrar quaisquer emissões remanescentes das nossas operações que não possam ser eliminadas até 2030. Estas incluem novos projetos que ajudam a proteger e restaurar florestas e outros ecossistemas essenciais para as pessoas e a vida selvagem.

Além da Ambição 2030, a P&G também tem feito algumas parcerias rumo à sustentabilidade. Como surgiu esta ideia e o que têm feito?

O desenvolvimento de sinergias com empresas, entidades e organizações é fundamental no caminho para encontrar soluções mais sustentáveis e para desenvolver e implementar projetos com impacto – conjugando o conhecimento e as ferramentas mais adequadas. Podemos dar alguns exemplos internacionais, como a Alliance to End Plastic Waste, que começou com vinte empresas, incluindo a P&G, ONGs e governos e hoje conta com mais de sessenta membros, reviu mais de 2000 startups e lançou cinquenta projetos comerciais piloto, com o objetivo de reduzir os resíduos de plástico.

Localmente, a P&G tem uma parceria com a Bandeira Azul desde 2019, da qual resultou o programa Amar a Praia, uma iniciativa que visa apoiar a Bandeira Azul no seu trabalho de proteção das praias portuguesas. Esta iniciativa, que vai na quarta edição, conjuga um concurso de práticas sustentáveis, que visa promover e reconhecer as práticas dos concessionários de praia, com uma ação em loja a reverter para apoiar a Bandeira Azul nos seus projetos de limpeza de praia. Desta forma, apoiamos aqueles que têm maior impacto nas praias e promovemos o envolvimento ativo e sensibilização da população.

Na edição anterior, amplificamos Amar a Praia ao permitir e motivar a população a votar na “sua praia”; este ano, através das ferramentas de comunicação da iniciativa, visamos sensibilizar para o correto depósito dos resíduos e embalagens dos nossos produtos.

O apoio a projetos solidários e verdes também tem estado no vosso caminho. Pode citar alguns projetos para os quais já tenham contribuído?

Quando falamos em ter um impacto positivo, falamos em sustentabilidade ambiental, mas também em impacto na comunidade e em igualdade e inclusão. Falamos em ter as pessoas no centro – os nossos consumidores, os colaboradores e a comunidade. É por isso que, global e localmente, através de programas corporativos ou das nossas marcas, desenvolvemos importantes iniciativas e parcerias que nos permitem ter este impacto em diferentes áreas.

A nível global, destacamos o programa Children Safe Drinking Water, que desde 2004, forneceu mais de 22 bilhões de litros de água potável para pessoas necessitadas em todo o mundo. O programa fornece um pacote de purificação de água fácil de usar, desenvolvido por cientistas da P&G, que pode limpar 10 litros de água em apenas 30 minutos.

Localmente, há mais de dez anos que somos parceiros da Entrajuda, através da doação dos nossos produtos e de apoio financeiro, mas também criando sinergias para o desenvolvimento de iniciativas conjuntas para apoiar entidades e instituições de uma forma que realmente faça sentido. Um bom exemplo disso é a iniciativa #StopPobrezaMenstrual, desenvolvida pela nossa marca Evax, que nos permitiu direcionar um milhão e duzentos mil pensos higiénicos para raparigas em idade escolar que não têm recursos para comprar estes produtos (com consequências na sua frequência escolar). Neste caso, se é certo que Evax tem o produto e as ferramentas de comunicação, a realidade é que é a Entrajuda que conhece e trabalha com as entidades que permitirão direcionar o apoio para quem mais precisa e com o devido planeamento.

De destacar também o trabalho desenvolvido por algumas das nossas marcas, como Swiffer, junto da Associação Acreditar para o projeto Casa Acreditar, H&S, com a associação No Bully e Ausonia, que com a Liga Portuguesa Contra o Cancro, já contribuiu com cinco bolsas de investigação em projetos contra o cancro da mama.

Como vê o futuro sustentável das empresas?

Acredito que as empresas têm um papel fundamental e que todos ganham com a integração da sustentabilidade como parte da estratégia das empresas. Porque é nossa responsabilidade, porque servimos melhor os nossos consumidores e porque a sustentabilidade ambiental e empresarial, são conceitos interligados.

Acredito também que apenas juntos, empresas e comunidade, podemos ter um impacto verdadeiramente positivo – só através de esforços conjuntos, soluções inovadoras, comunicação e sensibilização, bem como de sinergias com sentido, conseguiremos alcançar resultados a longo prazo.

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