Tentativa de golpe de Estado em curso na Bolívia

  • Lusa e ECO
  • 26 Junho 2024

Um tanque derrubou as portas da sede do executivo e entrou, após o comandante geral do Exército, Juan José Zuñiga, ter ameaçado tomar medidas para "mudar o gabinete do governo".

O Presidente boliviano, Luis Arce, alertou esta quarta-feira para “movimentações irregulares” de unidades do Exército, enquanto tropas e tanques se concentravam junto da entrada da sede do Governo em La Paz, segundo as agências EFE e France Presse. “Denunciamos os movimentos irregulares de certas unidades do Exército boliviano. A democracia deve ser respeitada”, escreveu Arce na rede social X.

A agência EFE descreveu que um tanque derrubou as portas da sede do executivo e entrou, após o comandante geral do Exército, Juan José Zuñiga, ter ameaçado tomar medidas para “mudar o gabinete do governo”.

Arce está na presidência do país desde novembro de 2020 e antes tinha sido ministro das Finanças no governo de Evo Morales – quando ainda eram aliados. A relação entre Morales e Arce deteriorou-se bastante entretanto. O país está mergulhado numa crise económica, com uma grave escassez de gasóleo. Arce defendeu a militarização do sistema de fornecimento de combustíveis, altamente subsidiados na Bolívia.

O ex-Presidente boliviano Evo Morales já afirmou que um golpe de Estado está em preparação. “Neste momento, militares e tanques das Forças Armadas estão posicionados na Praça Murillo”, no centro de La Paz, escreveu nas redes sociais. Morales apelou aos movimentos sociais para “defenderem a democracia”.

Segundo a EFE, os militares na Praça Murillo estão armados, encapuzados e com caixas de munições de gás lacrimogéneo e já se registam vários feridos.

A União Europeia já reagiu a esta tentativa de golpe de Estado. Josep Borrell, através da rede X, condenou “qualquer tentativa de quebrar a ordem constitucional na Bolívia e derrubar governos eleitos democraticamente”.

Também o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, apesar de ter cancelado a agenda política durante dois dias – pela morte do sogro –, demarcou-se “rotundamente dos movimentos militares” em La Paz.

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