Marketing

Ronaldo acusado de “ambush marketing” após divulgação do seu ritmo cardíaco

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Ronaldo e a empresa Whoop, onde é investidor, foram acusados de ambush marketing por alegadamente se associarem "indireta e indevidamente" ao Euro 2024.

Cristiano Ronaldo foi acusado de ambush marketing (marketing de emboscada, em português), ou seja, quando uma marca se associa a um evento, sem ser patrocinador do mesmo.

Em causa está a divulgação de dados relacionados com o ritmo cardíaco do capitão da seleção nacional durante o jogo da equipa das quinas frente à Eslovénia, que foi medido por um aparelho da Whoop, empresa de performance desportiva da qual o jogador se tornou embaixador e investidor recentemente.

A denúncia foi feita no X (ex-Twitter) por Ricardo Fort, antigo responsável global de patrocínios da Visa e da Coca-Cola, que acusa tanto o futebolista como a Whoop de ambush marketing, por partilharem estes dados que foram registados num jogo do Euro, defendendo que tanto o jogador como a empresa deviam ser multados.

Recorde-se que, legalmente, qualquer atividade comercial relacionada com o Euro 2024 está exclusivamente reservada à UEFA e aos respetivos parceiros comerciais. Embora a divulgação dos dados da Whoop não façam nenhuma menção direta ao Euro 2024, a ação pode ir contra as regras, a não ser que a empresa tenha algum acordo com a organização do torneio, refere o The Telegraph, embora recordando que o uso destes dispositivos, de forma visível, é permitido.

“Apenas as empresas que tenham celebrado um acordo com esta entidade poderão beneficiar de qualquer associação à competição, pelo que não deverão ser explorados, direta ou indiretamente, quaisquer direitos sem prévio consentimento escrito por parte da UEFA”, alertavam a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Auto Regulação Publicitária (ARP), ainda em maio, a propósito do tema.

Num comunicado conjunto, onde chamavam a atenção para as regras de associação publicitária ao Euro 2024, as duas entidades alertavam para a existência de direitos e deveres que deverão ser acautelados em relação à competição, procurando precisamente evitar o aproveitamento abusivo de entidades não autorizadas e qualquer tipo de ambush marketing, assim como garantir a proteção dos parceiros da Seleção Nacional.

Os dados biométricos de Ronaldo foram medidos através de uma “pulseira inteligente” da marca, que também está a ser usada pelo capitão da seleção holandesa, Virgil van Dijk, segundo o The Telegraph. O gráfico divulgado pela Whoop mostra que os batimentos cardíacos de Ronaldo diminuíram momentos antes de marcar o primeiro penalties de Portugal, no desempate por grandes penalidades, que permitiu a passagem da seleção aos quartos-de-final.

A parceria estratégica com a Whoop foi anunciada em maio por Cristiano Ronaldo, que já era utilizador dos aparelhos da Whoop há vários anos. O jogador tornou-se assim embaixador global e investidor nesta empresa norte-americana fundada em 2012 e que à data contava com mais de 400 milhões de euros de investimentos de venture capital.

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