Portugueses gastam menos nas viagens ao estrangeiro. Orçamento baixa para 736,6 euros em cada deslocação

O turismo fixou um novo recorde em 2023, com 26,5 milhões de turistas estrangeiros e um crescimento de 20% das receitas para seis mil milhões de euros. Portugueses viajaram mais, mas gastaram menos.

Num ano de recordes para o turismo português, os portugueses viajaram mais, cá dentro e lá fora, mas gastaram menos nas viagens ao estrangeiro do que no anterior. Em média, gastaram 736,6 euros em cada deslocação ao exterior em 2023, menos 2,1% do que em 2022, revela o Instituto Nacional de Estatística.

As deslocações turísticas dos residentes atingiram 23,7 milhões, refletindo uma variação anual de 4,6%, mas ficando ainda aquém dos valores de 2019 (-3,2%). Segundo o INE, que confirmou esta segunda-feira que o turismo em Portugal superou, no ano passado, o anterior recorde alcançado em 2019, as viagens em território nacional aumentaram 2,4% face ao ano anterior, mas ficaram ainda abaixo dos níveis pré-pandemia (-4,3% face a 2019), atingindo 20,4 milhões.

Já as deslocações para o estrangeiro alcançaram 3,2 milhões em 2023, o que reflete um crescimento de 21,5% face a 2022 e de 4,1% face a 2019.

Em termos de despesas, cada português gastou em média mais 4,3% em cada viagem face a 2022, com os gastos médios a fixarem-se em 242,4 euros em 2023, mais 23,9% que em 2019. No entanto, nota-se aqui uma discrepância nas deslocações dentro do país e fora.

Enquanto cá dentro gastaram mais – uma média de 164,3 euros por turista/viagem, +1,1 euros que em 2022 e +31,3 euros em comparação com 2019 -, nas viagens para o estrangeiro, o gasto médio por turista/viagem decresceu 2,1% em 2023, ainda que se mantenha 17,5% acima dos valores gastos em 2019, tendo atingido 736,6 euros.

Em termos globais, a atividade turística em Portugal superou os máximos pré-pandemia, com os estabelecimentos turísticos a registarem receitas de seis mil milhões de euros, o que representa um aumento de 20% face a 2022, com os estrangeiros a serem os grandes responsáveis deste crescimento, sendo responsáveis por 67% das dormidas.

A generalidade dos meios de alojamento turístico registou 32,5 milhões de hóspedes, em 2023, que proporcionaram 85,1 milhões de dormidas, um crescimento de 12,5% e 10,3% face ao ano anterior, respetivamente. Em comparação com 2019, o número de hóspedes aumentou 2,4% e as dormidas 2,3%, “evidenciando a retoma da atividade do setor depois da crise gerada pela pandemia de COVID-19”, refere o INE.

Estrangeiros pesam dois terços das dormidas

Em 2023, estima-se que o número de chegadas de turistas não residentes a Portugal tenha atingido 26,5 milhões, correspondendo a um acréscimo de 19,2% face a 2022 e de 7,7% face a 2019). O mercado espanhol manteve-se como principal mercado emissor de turistas internacionais (quota de 25,2%), tendo crescido 16,7% face ao ano anterior.

Já o mercado do Reino Unido voltou a ser o segundo principal mercado emissor do turismo em Portugal, com 12,6% do total, aumentando 14%, enquanto o número de turistas franceses (12,4% do total, segundo principal mercado em 2022) cresceu 11%.

O mercado interno gerou um terço das dormidas no ano em análise, num total de 28,1 milhões, mais 2,1% do que no ano anterior. Já os mercados externos deram origem a 57,1 milhões de dormidas, refletindo um crescimento anual de 14,9%.

As dormidas de não residentes representaram 67% das dormidas na generalidade dos meios de alojamento, tendo este sido o ano, desde 2013, em que se observou uma maior dependência dos mercados internacionais, apenas superado pelo ano de 2017, em que estes mercados totalizaram 67,8% do total.

A taxa de sazonalidade diminuiu para 36,9% e atingiu o valor mais baixo desde 2013. Este indicador foi mais elevado nos residentes (41,3%) do que nos não residentes (34,8%).

Todas as regiões registaram acréscimos no número de dormidas em 2023, destacando-se o Oeste e Vale do Tejo (+18,2%), o Norte (+14,0%) e a Grande Lisboa (+11,8%) com as maiores variações, sendo menos expressivos no Algarve (+6,7%) e no Centro (+6,9%).

Em comparação com 2019, o Algarve e a Península de Setúbal foram as exceções, ao ficarem, em termos de dormidas, ainda aquém dos níveis pré-pandemia (-1,5% e -0,9% respetivamente).

(Notícia atualizada às 12:10)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Portugueses gastam menos nas viagens ao estrangeiro. Orçamento baixa para 736,6 euros em cada deslocação

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião