ISDIN alarga o seu projeto de ajuda às pessoas com albinismo ao Panamá, onde é a zona de maior prevalência no mundo

  • Servimedia
  • 23 Julho 2024

Em colaboração com a Fundação SOS Albinos, o Panamá enviou seis dermatologistas voluntários de diferentes nacionalidades para ajudar as pessoas com albinismo.

O laboratório ISDIN alargou o seu projeto de ajuda às pessoas com albinismo, iniciado em Moçambique em 2022, a uma comunidade do Panamá com a maior prevalência do mundo. Na comunidade de Guna Yala, no arquipélago de San Blas, uma em cada 100 a 200 pessoas tem albinismo, enquanto na Europa a incidência é de uma em 37.000 pessoas.
Para além da elevada incidência, há ainda o problema da falta de acesso aos serviços de saúde, que estão centralizados na Cidade do Panamá, informou o ISDIN na terça-feira. A expedição enviou seis dermatologistas voluntários de diferentes nacionalidades (Panamá, Espanha, Colômbia, Peru, Chile e Argentina) para a Ilha Nargana para combater o cancro da pele nas pessoas com albinismo, 98% das quais morrem antes dos 40 anos.

“O albinismo no Panamá é um problema de saúde pública, especialmente entre os povos indígenas Guna Yala porque, sendo populações remotas e vivendo num arquipélago, há consanguinidade entre as tribos e é por isso que têm uma incidência tão elevada”, explicou o Dr. Jaime Piquero, dermatologista chefe da expedição.

Durante dois dias, a equipa médica tratou 65 pessoas de 16 comunidades do arquipélago de San Blas que se deslocaram à ilha de Narganá, onde foi instalado o centro de trabalho da expedição. Aí, os dermatologistas efetuaram exames de pele, praticaram sessões de crioterapia sobre a queratose actínica e sensibilizaram as pessoas para a importância da fotoproteção, além de lhes darem cremes solares e medidas de proteção como chapéus e t-shirts.

“É uma experiência muito gratificante partilhar uma expedição com um grupo de jovens dermatologistas com vontade de trabalhar, rapidamente formámos uma equipa e conseguimos ver um volume significativo de pacientes”, afirmou Reinaldo Arosemena, dermatologista líder da expedição e presidente da Fundação SOS Albinos Panamá.

EXPEDIÇÕES

Também realizaram 16 cirurgias para remover cancros da pele e lesões pré-cancerosas que, sem este tratamento, teriam posto em perigo a vida destas pessoas com albinismo. Como explica a Dra. Sofía Juárez, dermatologista argentina bolseira do ISDIN, “é muito gratificante, estou muito feliz por ter podido ajudar pessoas que precisam realmente de ajuda e que não têm assistência médica, a não ser que alguém venha cá ajudá-las”. As pessoas com albinismo que vivem nas comunidades das ilhas não têm acesso a cuidados de saúde porque é demasiado caro deslocarem-se à Cidade do Panamá.

É por isso que projetos como a expedição do ISDIN em colaboração com a SOS Albinos Panamá são de grande ajuda para tratar lesões pré-cancerosas e cancerosas e mudar a vida destas pessoas, mas também a dos próprios dermatologistas. “O que me fez mais feliz foi estar em contacto com eles, tratando-os na sala de consultas e realizando todo o processo, desde ensinar-lhes a utilizar o fotoprotetor até à realização de cirurgias. Mas o mais maravilhoso foi sentir-me parte de uma equipa que luta contra o cancro da pele”, disse o Dr. Shady Helen Gutiérrez, um dermatologista peruano com uma bolsa ISDIN.

O seu parceiro de expedição, o dermatologista colombiano William Lopez, também acredita que esta experiência será um antes e um depois para ele. “Muitas vezes com as tarefas do dia a dia perdemos o contacto com a realidade, e isto é um banho de realidade, saber que há doentes que precisam muito de nós e poder fazer a nossa parte para mudar a realidade destas pessoas encheu-me a alma como profissional e como pessoa”.

Desde o início do projeto de assistência às pessoas com albinismo em Moçambique, em outubro de 2022, o ISDIN enviou 35 dermatologistas de 10 nacionalidades que trataram mais de 1500 pacientes e realizaram mais de 427 cirurgias. Estes números têm um impacto muito elevado no país africano, que conta apenas com 20 dermatologistas para tratar uma população de mais de 32 milhões de habitantes.

O projeto da ISDIN também inclui a doação anual de mais de 80.000 protetores solares, o que permite que mais de 3.500 pessoas com albinismo tenham acesso a este tipo de produto que, de outra forma, seria inacessível devido ao seu elevado preço.

LUTA CONTRA O CANCRO

O objetivo geral do projeto da ISDIN é ajudar as pessoas com elevado risco de cancro da pele e, especificamente, as pessoas com albinismo em países desfavorecidos.

O projeto vai além das expedições e das doações anuais de fotoproteção e visa estabelecer programas de formação para médicos locais, a fim de garantir a sustentabilidade e a continuidade dos cuidados especializados, na esperança de que, no futuro, estas intervenções externas deixem de ser necessárias. Esta iniciativa faz parte da estratégia ESG da empresa para alcançar um futuro sem cancro da pele em todo o mundo.

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