As novas oportunidades que Oscar Herencia vê para a MetLife em Portugal

O responsável pela MetLife em Portugal e sul da Europa está atento ao novo sistema de crédito habitação jovem, seguros incorporados em produtos e serviços são apostas e seguradoras cativas um objetivo

Uma regulação especial das seguradoras cativas de bancos pode ser uma oportunidade para a Metlife “crescer ainda mais” e otimizar o seu papel e perfil nos mercados onde opera, assinalou Oscar Herencia, Vice presidente da Metlife para o sul da Europa e director geral da MetLife Espanha e Portugal, em entrevista a ECOseguros.

Oscar Herencia quer introduzir rapidamente seguros que dão a resposta às necessidades sentidas pelo mercado.

Em causa está um movimento da Autoridade Europeia dos Seguros e Fundos de Pensões (EIOPA) para aprimorar a supervisão sobre as cativas para fomentar a sua transparência e garantir a sua solidez financeira, especialmente no contexto da regulação Solvência II, um regime regulatório da União Europeia para as seguradoras. As cativas são seguradoras de propriedade de bancos ou outras empresas, usadas principalmente para gerenciar riscos internos.

Oscar Herencia ressalta que as seguradoras cativas, além de serem concorrentes, são também colegas da indústria e afirma que “não há nenhuma razão para desconfiar delas”. O responsável reforça que “elas realizam um trabalho tão profissional e com a mesma qualidade que os demais participantes do mercado”.

Herencia também observa que “há uma diferença entre um banco ser o dono de uma companhia e uma companhia ser absolutamente independente”. O responsável acredita que o facto da MetLife ser uma seguradora independente traz vantagens na autonomia da gestão dos dados e na ausência de conflitos de interesse com concorrentes. “Longe de ser um problema não ter um banco como proprietário, o que provavelmente facilitaria os negócios, isso nos confere outro caráter que tentamos otimizar da melhor maneira possível”, conclui.

Quem ganha com os seguros associados aos créditos para consumo?

No primeiro trimestre do ano o crédito pessoal atingiu um valor recorde e o diretor geral da Metlife para Portugal e Espanha ressalvou que a contratação de apólices de seguro associadas aos créditos ao consumo são uma mais-valia para o cliente e para bancos e instituições financeiras.

Para o cliente porque “numa situação de dificuldade, inclusive em caso de desemprego ou de incapacidade temporária” a seguradora vai pagar as despesas que cobre, possível, por exemplo, no crédito pessoal ou na compra de carro. Para a entidade financeira a mais-valia “é oferecer um serviço mais completo para o cliente final”. “É uma aproach win-win-win que ajuda as três partes”. Além disso, a Metlife aponta que outra mais-valia para os bancos é “a possibilidade [da MetLife] ser muito flexível, adaptar perfeitamente às necessidades do banco. Nesse sentido, temos alguma experiência em definir programas diferentes e em função do que eles estão a precisar”.

MetLife responde às novas gerações com ajuste de produtos

Com garantia pública para a compra de casa aos jovens, que deverá ser implementada a 1 de agosto, o responsável assinala que após ser concedido o crédito a um jovem o risco do devedor não pagar “é controlado e está dentro dos limites que trabalhamos”. Assim, acredita não ser necessário para a MetLife criar novos produtos “por já ter um produto competitivo”, mas o foco deverá estar em dar aos jovens alternativas que respondam às suas necessidades.

A MetLife apenas abre novas classes de seguro “unicamente” quando recebe feedback do mercado e após analisar, concluir fazer falta um produto. Tal aconteceu em 2022, quando desenvolveu cerca de 25 novos produtos seguros de assistência e danos a outros bens porque as novas gerações “precisam de soluções muito ajustadas às suas necessidades.”.

Como exemplo, o responsável mencionou ainda o produto lifestyle, ou estilo de vida, lançado em 2008 em Portugal que visa cobrir as despesas recorrentes dos clientes em caso de desemprego, ano que rebentou a crise financeira internacional.

“Portugal serve como espelho para trazer as práticas a Espanha”

Herencia enfatizou que a experiência em Portugal serve de modelo para a operação em Espanha, onde a MetLife está a expandir suas práticas bem-sucedidas. “Portugal serve como espelho para trazer as práticas a Espanha“, afirmou. A empresa também começou a distribuir produtos digitalmente, reforçando o compromisso da MetLife com o mercado português. “Para nós, a aposta por Portugal é uma aposta firme e comprometida”, concluiu Herencia.

Para a MetLife, Portugal representa um mercado fundamental, não apenas regionalmente, mas globalmente. Herencia ressaltou a diversificação de canais da empresa, que inclui uma rede de agências próprias altamente profissional e um “relacionamento excelente com brokers“.

Segundo Oscar Herencia, a capacidade de adaptação e filtragem foi crucial para o sucesso da MetLife em Portugal, que em 2025 completa 40 anos de operação no mercado português, permitindo a superação de concorrentes que não conseguiram se estabelecer de forma duradoura no mercado. “Vimos passar alguns concorrentes pelo mercado, que tentaram fazer direto ao consumidor como fazemos nós, tentaram banca e tiveram que sair porque não terminaram de organizar a participação“, explicou Herencia.

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