Descida de juros da Fed em setembro ganha apoios entre os membros do Comité
Já são dois os membros do Comité da Fed que admitem um corte de juros depois do verão, um dia depois de a inflação ter baixado os 3%, em julho.
Parece cada vez mais certo um corte de juros nos Estados Unidos após o verão. A confirmação da descida da taxa de inflação para valores inferiores a 3% levou mais dois membros da Reserva Federal dos EUA, que antes defendiam uma postura mais cautelosa, a manifestarem-se favoráveis a uma descida da taxa dos fundos federais, atualmente em máximos de 2001.
“Parece agora que o equilíbrio dos riscos sobre a inflação e o desemprego se alterou… pode estar a aproximar-se o momento em que um ajustamento a uma política moderadamente restritiva poderá ser apropriado“, defendeu o presidente da Fed de S. Louis, Alberto Musalem, esta quinta-feira.
Musalem estava entre os oficiais do banco central que defendia uma política de corte de juros mais moderada.
Também o presidente da Fed de Atlanta, Raphael Bostic disse, em entrevista ao Financial Times, que está aberto a um corte de juros em setembro, uma mudança em relação àquela que era a sua postura anterior.
“Agora que a inflação está a aproximar-se [do nosso objetivo de 2%], temos de olhar para o outro lado do mandato e, aí, vemos a taxa de desemprego a subir consideravelmente face aos mínimos”, justificou o responsável.
Esta postura mais otimista por parte dos responsáveis do banco central surge depois de a inflação nos EUA ter atingido o nível mais baixo desde a pandemia, com os preços a subirem 2,9% nos 12 meses até julho, correspondendo às expectativas dos economistas. Trata-se de uma desaceleração face aos 3% registados no mês anterior.
Se virmos a inflação descer mais depressa e o mercado laboral a manter-se em linha com as condições atuais, uma descida [de juros] seria apropriada em setembro.
Uma descida de juros na reunião de 17 e 18 de setembro afigura-se cada vez como mais provável, com os mercados a descontarem um corte de 25 pontos base, face ao intervalo atual de 5,25%-5,5%, o que representa o nível mais elevado desde 2001.
Apesar de ter mantido a taxa dos fundos federais inalterada no encontro de 31 de julho, o Comité de Política Monetária da Fed (FOMC, na sigla em inglês) fez algumas alterações ao discurso, introduzindo nuances que antecipam uma descida após o verão. Também o presidente Jerome Powell admitiu, na conferência de imprensa que se seguiu ao anúncio de juros, a possibilidade de baixar taxas em setembro.
“Se virmos a inflação descer mais depressa e o mercado laboral a manter-se em linha com as condições atuais, uma descida [de juros] seria apropriada em setembro“, reconheceu o presidente da Fed.
A possibilidade de a Fed se juntar ao BCE e ao Banco de Inglaterra numa mudança do ciclo de juros tem contribuído para um maior otimismo entre os investidores nos últimos dias, com Wall Street a antecipar este movimento.
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