#12 As férias de Isabel Ucha. Três livros e mil ideias para o futuro da bolsa
A CEO da Euronext Lisboa promete desligar nas férias... mas não muito. Afinal, a bolsa não tira férias e a vontade de querer aprender sempre mais leva-a a carregar na mala três livros de peso.
- Ao longo do mês de agosto, o ECO vai publicar a rubrica “Férias dos CEO”, onde questiona os gestores portugueses sobre como passam este momento de descanso e o que os espera no regresso.
Apesar da tentação de desligar completamente durante as férias, Isabel Ucha, presidente da Euronext Lisboa, admite que manterá algum contacto com a equipa, mas só o “estritamente necessário” para garantir que tudo corre sobre rodas. Entre um mergulho e outro, Isabel revela ao ECO que aproveita as férias para refletir sobre decisões estratégicas e pessoais, procurando novas aprendizagens e experiências que a ajudem a crescer e é por isso que a líder da bolsa nacional carrega na mala três livros que a levarão a mergulhar em temas cruciais como as alterações climáticas, a evolução da Internet e os desastres empresariais.
Que livros, séries e podcasts vai levar na bagagem e porquê?
Gosto muito de ler e, embora já tenha aderido ao livro eletrónico, ainda tiro prazer de folhear e ler um livro em papel, e de arrumar estes livros por temas nas minhas estantes. Nestas férias escolhi três livros: “How to Avoid a Climate Disaster”, de Bill Gates, “Read Write Own: Building the Next Era of the Internet”, de Chris Dixon, e “Going Infinite”, de Michael Lewis. Estes três livros abordam três temáticas que considero incontornáveis nos tempos que vivemos:
- Perceber as alterações climáticas e os temas ambientais com rigor científico, sem descurar os contornos e incentivos económicos;
- Perceber de onde veio e onde nos vai levar a nova era da Internet;
- Aprender como a natureza humana, na sua enorme diversidade e dinâmica, pode causar estrondosos desastres empresariais (o caso da empresa de crypto FTX).
Desliga totalmente ou mantém contacto com as equipas durante as férias?
As férias são um momento importante para toda a equipa descansar, conviver com os seus familiares e amigos, e dedicar-se a atividades diversificadas. Assim, procuro incentivar todos os colaboradores e eu própria, a cumprir esses momentos de pausa, que são tão importantes para mantermos uma vida plena e equilibrada. Por outro lado, a vivência de outras experiências é uma potencial fonte de inspiração e criatividade. Nas funções que ocupo, tenho que manter algum contacto durante as férias, para garantir que a atividade continua a correr sem problemas, mas tento limitar esses contactos ao estritamente necessário.
As férias são um momento para refletir sobre decisões estratégicas ou da carreira pessoal?
Nas férias procuro, por vezes, momentos que me tragam novos ensinamentos e experiências. E, por vezes, falar com pessoas que me podem ajudar a refletir sobre um determinado tópico. Aproveito para ler livros sobre temas que podem estar correlacionados com o negócio, mas sobretudo que me ajudam a crescer intelectualmente e ter uma visão mais abrangente da economia, da natureza humana e do mundo em geral.
Que temas vão marcar o seu setor na rentrée?
A atividade dos mercados de capitais vai ser marcada por um conjunto de fatores externos e também decisões internas das organizações. Nos fatores externos, certamente que o contexto geopolítico e os cenários de guerra em curso, o desfecho eleitoral nos EUA e noutros países, e a evolução macroeconómica, designadamente a inflação e o crescimento, vão marcar a volatilidade e o sentido dos mercados.
O modo como a Europa e as suas instituições de referência reagirem, vai ser determinante no caminho que tem que ser feito para fortalecer a dinamizar a economia europeia. A Euronext irá apresentar o seu plano estratégico para o próximo triénio em novembro, e, portanto, os próximos meses serão marcados pela reflexão, análise e decisão sobre um conjunto de iniciativas. Em Portugal, será importante acompanhar o rumo da política económica deste Governo, e também a dinâmica das empresas portuguesas mais competitivas e com maior ambição de crescimento.
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