#14 As férias de Vítor Ribeirinho. “Setembro é um mês de balanço da nossa performance”
Após um ano "desafiante", o CEO da KPMG planeia praticar surf, ténis e padel com amigos e familiares nas férias, com também com devido tempo alocado ao descanso e dois livros.
- Ao longo do mês de agosto, o ECO vai publicar a rubrica “Férias dos CEO”, onde questiona os gestores portugueses sobre como passam este momento de descanso e o que os espera no regresso.
Senior Partner e CEO desde outubro de 2021, Vítor Ribeirinho aponta para o mês de setembro como “muito importante na vida da KPMG”, com o fecho das contas anuais e o lançamento do Business Plan para três anos. Antes disso, um período de férias dedicadas à família, ao desporto, à leitura e ao descanso.
Que livros, séries e podcasts vai levar na bagagem e porquê?
Este foi um ano particularmente desafiante, em termos profissionais e em termos pessoais, pelo que o pouco tempo de férias que vou ter procurarei dedicar principalmente à família, bem como procurar fazer algumas coisas que durante o ano são mais complicadas de concretizar, como fazer surf (sou um amador, mas é uma atividade familiar que sempre nos diverte) ou jogar uma boa partida de ténis e/ou padel com os amigos.
Ainda que o lazer seja o centro da minha atividade, procurarei ter algum tempo de descanso e de leitura que dedicarei a dois livros que levo na mala este ano:
i) 2030 do Mauro F. Guilén, que nos traz uma visão muito interessante e realista do que nos espera para os próximos 6 anos que nos falta percorrer até 2030 e sobretudo como poderemos enfrentar as consequências.
Este é um livro que considerei oportuno ler numa fase do ano em que necessariamente acabamos sempre por fazer uma introspeção pessoal sobre o ano que passou, mas também do que queremos avaliar e executar com as nossas equipas para o próximo ciclo;
ii) Business Model You, escrito pelo Tim Clark e pelo Bruce Hazen, e que propõem uma reflexão interessante sobre o trabalho que desempenhamos e como servimos as organizações.
Os autores apresentam o conceito de modelo de negócio numa ótica pessoal de carreira profissional em que é fundamental entender não só a nossa proposta de valor, mas todos os seus elementos como clientes, recursos, canais etc. É através deste mindset claro e estruturado que surge a proposta de como podemos reinventar-nos e fazermos crescer o nosso valor.
A escolha deste livro, que me foi recomendado por um membro da minha equipa, é para mim natural, sobretudo porque a reflexão que resulta da sua leitura é abrangente a qualquer profissional seja qual for a sua posição na organização,
Desliga totalmente ou mantém contacto com as equipas durante as férias?
Este é um momento que considero importante que cada membro das minhas equipas possa ter para si próprio e para as suas famílias. Tenho a melhor equipa que um líder pode desejar e gosto de pensar que a nossa relação e a nossa cumplicidade marcam o sucesso da minha organização, contudo, como qualquer relação precisamos de desligar e reenergizar para voltarmos mais fortes.
Sem prejuízo desta predisposição, o nosso propósito também passa pela excelência dos serviços que prestamos aos nossos clientes e da sua tempestividade, pelo que nos mantemos organizados para que possamos responder a qualquer uma das necessidades dos nossos clientes ou das nossas pessoas.
As férias são um momento para refletir sobre decisões estratégicas ou da carreira pessoal?
Numa organização como a KPMG, não existe espaço para individualidades, somos muito mais fortes em equipa, pelo que mesmo sobre as minhas reflexões procuro sempre passá-las e testá-las com os membros da minha Comissão Executiva. Neste período de férias não é diferente e por isso faço questão de as ir registando, para que na rentrée as possamos avaliar em grupo e complementá-las quando necessário.
Que temas vão marcar o seu setor na rentrée?
O mês de setembro é sempre muito importante na vida da KPMG, porque é o nosso mês 12, em que fechamos as nossas contas anuais, fazemos um balanço da nossa performance, lançamos o nosso Business Plan para os próximos três anos. Mas este é para mim um momento de grande satisfação enquanto líder da KPMG, porque é o mês em que retribuímos às nossas pessoas, através das promoções, atualizações salariais, bónus de desempenho, reuniões de feedback e de definição de objetivos de carreiras, tudo o que deram à KPMG ao longo dos últimos 12 meses.
Outro dos momentos que marcará sem dúvida a nossa rentrée é o ingresso de mais um grupo de ‘new graduates’, e que este ano ultrapassam os 200 e permitirão à KPMG pela primeira vez ultrapassar os 2.000 profissionais e as mais de 1.000 contratações em 3 anos.
Ao nível do nosso setor, naturalmente que não vivemos numa ilha e por isso o que afeta atualmente a conjuntura global é igualmente muito importante para a KPMG Portugal, que nos últimos anos é uma organização virada para o exterior (em 2023 desenvolvemos projetos em 23 geografias distintas).
Estaremos por isso particularmente atentos ao futuro do nosso país, sobretudo com a maior ou menor estabilidade política que o Orçamento do Estado para 2025 nos pode trazer, à continuidade ou agravamento do conflito a leste entre a Ucrânia e a Rússia, bem como o que está acontecer na faixa de gaza e o seu alargamento à escala global. Por último, e não menos importante, é incontornável, que os desfechos das eleições presidenciais dos EUA vão seguramente ter que ser considerados no nosso plano estratégico que cada vez mais são desenhados numa ‘nova normalidade’ de incerteza.
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