Turismo deverá crescer ao ritmo mais baixo desde 2020
O BPI Research prevê um crescimento de apenas 5,4% do número de turistas este ano, que compara com um crescimento de 13% em 2023. Será o crescimento mais baixo dos últimos quatro anos.
O setor do turismo deverá fechar o ano a crescer, embora a um ritmo mais moderado comparativamente aos anos anteriores. De acordo com uma análise do Departamento de Estudos Económicos e Financeiros (DEEF) do Banco BPI publicado esta terça-feira, o setor deverá apresentar uma “consolidação do crescimento em níveis mais modestos”, com os analistas do DEFF a antecipar um crescimento de 5,4% do número de hóspedes este ano, face a um crescimento de 13,1% registado no ano passado e após nos primeiro seis meses ter aumentado 5,6%.
“O efeito rebound de recuperação pós-pandemia está esgotado (os níveis pré-pandemia foram ultrapassados) e o crescimento deverá ser mais modesto que em 2023”, refere o relatório do DEEF, destacando ainda que o abrandamento do turismo será causado pelo abrandamento da atividade económica global, pela maior proximidade ao limite da capacidade instalada aeroportuária e pela manutenção de alguma cautela nos mercados europeus centrais, mais expostos aos conflitos.
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A pressionar o turismo ao longo deste ano estará uma “moderação do ritmo de crescimento dos turistas provenientes dos EUA”, que em julho manteve-se como o quarto principal mercado com um crescimento homólogo de 4,7%, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística.
Além disso, os analistas do BPI Research destacam também como efeito penalizador para o setor o facto da escassez de mão-de-obra, o impacto acumulado da inflação e o aumento das taxas de juro nos orçamentos familiares, os riscos geopolíticos com aumento do preço dos combustíveis e/ou restrições à mobilidade poderem pesar negativamente no desenvolvimento do setor, sendo inclusive “o risco mais forte” do cenário desenhado pelos técnicos do DEEF.
De acordo com as previsões expressas no relatório de análise do BPI Research, o ano ficará também marcado por uma “ligeira redução da sazonalidade” por conta, essencialmente, de dois fatores:
- Os especialistas consideram que a época alta em Portugal (especialmente Algarve) relativamente mais cara face ao poder de compra dos portugueses que desviou “turistas nacionais para o exterior e para outras alturas do ano”.
- Aumento da diversificação de mercados emissores que viajam noutras alturas do ano em que o clima é mais rigoroso na origem do que em Portugal.
Apesar do abrandamento previsto do turismo por parte dos especialistas este ano, esta moderação reflete o fim do efeito de recuperação pós-pandemia e espelha uma série de desafios como a desaceleração económica global e restrições de capacidade aeroportuária. No entanto, o crescimento contínuo, ainda que mais modesto, demonstra a resiliência e atratividade duradoura de Portugal como destino turístico.
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