Jovem que atirou tinta verde a Montenegro começou a ser julgado
Jovem está acusado de três crimes de dano relacionados com alegados prejuízos no valor de 2.000 euros que a tinta causou no vestuário do primeiro-ministro, de uma fotógrafa e de um polícia de serviço.
O ativista da Greve Climática Estudantil que atirou tinta contra o atual primeiro-ministro para exigir um “plano para o fim ao fóssil até 2030” começa a ser julgado, esta quarta-feira.
O caso ocorreu em fevereiro quando Luís Montenegro, na qualidade de líder da Aliança Democrática (AD) e numa ação de campanha eleitoral em Lisboa, foi atingido com tinta de cor verde por um dos estudantes pertencentes ao movimento ativista que exige o fim dos combustíveis fósseis.
Vicente Fernandes, de 19 anos, estudante de Ciência Política e Relações Internacionais, é o único arguido do julgamento marcado para o Campus de Justiça, em Lisboa, e que tem como testemunhas de defesa outros elementos do Fim ao Fóssil.
O jovem está acusado de três crimes de dano, todos relacionados com alegados prejuízos que a tinta causou no vestuário do atual primeiro-ministro, de uma fotógrafa do CDS e ainda de um polícia de serviço no evento de campanha eleitoral na FIL, em Lisboa.
Luís Montenegro, que foi atingido com a tinta verde na face, cabelo e vestuário, foi um dos queixosos que deduziram pedido de indemnização civil, tendo fonte ligada ao processo confirmado aos jornalistas que o atual primeiro-ministro pede 1750 euros pelos danos causados no seu fato.
Por seu turno, Isabel Santiago, a fotógrafa, pede mais de 450 euros de indemnização, conforme precisou o seu advogado João Pinheiro da Silva, e o agente policial pediu uma indemnização por danos na roupa, alegando hoje, ao ser ouvido como testemunha em julgamento, não ter conseguido retirar as manchas de tinta apesar das lavagens.
Após serem ouvidas as testemunhas de Luís Montenegro, nesta primeira sessão de um julgamento ainda por concluir, os estudantes em apoio à porta do tribunal anunciam que vão lançar uma carta ao governo a exigir o fim ao fóssil até 2030.
“Este julgamento não nos intimida”, cita o comunicado enviado às redações, esta quarta-feira, as declarações de Matilde Ventura, estudante e testemunha no processo. “É inaceitável este estudante ter de ser julgado por sujar um fato quando o primeiro-ministro e o seu Governo estão conscientemente a destruir o nosso futuro devido à crise climática. Luís Montenegro é o verdadeiro criminoso aqui” acusa a estudante.
A missiva lançada pelos estudantes apela ao Governo que se comprometa com esta reivindicação, e explicita que caso este não se comprometa, os estudantes iniciarão um período de paralisação das escolas a partir da primavera.
O incidente que envolveu Montenegro inseriu-se numa onda de ações do movimento Greve Climática Estudantil pelo Fim ao Fóssil 2030 e ocorreu durante a campanha eleitoral para as últimas legislativas. A Greve Climática Estudantil convocou uma vigília de apoio a Vicente Fernandes à porta do Campus da Justiça.
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