Governo vê economia a crescer 1,8% este ano e 2,1% em 2025
Perspetivas significam uma ligeira revisão em baixa para 2024 e em alta para 2025 face aos 2% sinalizados aos partidos políticos. Exportações e investimento avançam 3,5% no próximo ano.
O Governo prevê um crescimento da economia portuguesa de 1,8% este ano e de 2,1% em 2025, de acordo com o cenário macroeconómico do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) entregue esta quinta-feira no Parlamento e ao qual o ECO teve acesso. As perspetivas significam uma ligeira revisão em baixa para 2024 e em alta para 2025 face aos 2% para ambos os anos sinalizado aos partidos políticos nas reuniões de negociação da proposta orçamental.
No Programa de Estabilidade, num cenário de políticas invariantes, o Ministério das Finanças apontava para uma taxa de crescimento de 1,5% este ano e de 1,9% em 2025, mas ao longo do ano indicou estar a trabalhar com um cenário de cerca de 2%. Após as reuniões, em setembro, com os partidos políticos, o Instituto Nacional de Estatística (INE) iniciou uma nova série estatística, incorporando nova informação, o que levou algumas instituições a reverem em baixa as perspetivas para este ano.
A previsão para este ano alinha com a do Conselho das Finanças Públicas (CFP), mas fixa-se acima dos 1,6% esperados pelo Banco de Portugal (BdP) e pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e dos 1,7% previstos pela Comissão Europeia. Já o Fundo Monetário Internacional (FMI) está mais otimista e espera uma expansão de 1,9%.
Para 2025, a previsão do Executivo está em sintonia com a da instituição liderada por Mário Centeno, mas situa-se abaixo dos 2,4% esperados pelo CFP e dos 2,3% do FMI. Por seu lado, a OCDE aponta para uma taxa de 2% e Bruxelas de 1,9%.
O Ministério das Finanças suporta a perspetiva para 2025 com a aceleração da procura interna (de 2% em 2024 para 2,1% em 2025), em particular do investimento (de 3,2% em 2024 para 3,5% em 2025) e do consumo privado (de 1,8% para 2%), e das exportações (de uma taxa de 2,5% para 3,5%). “O crescimento da economia portuguesa deverá manter-se acima do crescimento da área euro”, refere o relatório do Orçamento.
O Ministério das Finanças aponta para uma desaceleração da taxa de inflação, medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) de 5,3% em 2023 para 2,6% em 2024 e para 2,3% em 2025.
Aumento do rendimento das famílias desacelera para 3,7% em 2025
O crescimento do consumo privado beneficia em parte da redução da inflação e das taxas de juro e ocorre num contexto de aumento sustentado do rendimento disponível das famílias em termos reais, que deverá crescer 4,4% este ano e 3,7% em 2025. Segundo as Finanças essa evolução reflete “os efeitos de medidas de política que determinarão aumentos salariais, a diminuição de impostos diretos e o aumento das prestações sociais”.
O Ministério das Finanças prevê que a taxa de desemprego aumento de 6,5% em 2023 para 6,6,% em 2024, reduzindo-se novamente em ponto percentual em 2025.
Turismo modera impacto nas exportações
O Governo prevê um aumento das exportações de 2,5% este ano e de 3,5% em 2025. A taxa estimada para este ano representa uma desaceleração face a 2023 (3,5%), devido ao crescimento mais moderado das exportações de serviços à medida que se dissipam os efeitos da recuperação pós-pandemia no turismo, justifica o Ministério das Finanças.
Já em 2025, as exportações evoluirão em linha com a procura externa dirigida à economia portuguesa, com o Governo a prever uma recuperação de “importantes parceiros comerciais”. No entanto, salienta que “este crescimento será compensado pelo das importações (3,5%), que aceleram em 2025 em resultado da procura adicional de bens e serviços importados, determinada pelo maior crescimento do consumo privado e do investimento”. Neste sentido, estima que “a procura externa dê um contributo aproximadamente nulo para o crescimento do PIB em 2024 e 2025″.
Para 2024, aponta para uma taxa de crescimento do investimento de 3,2%, e para 2025 uma aceleração, para 3,5%, “relacionada com a crescente absorção dos fundos do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] e outros instrumentos de financiamento europeu, bem como com a menor restritividade das condições de financiamento”.
Prevê ainda um aumento da capacidade de financiamento da economia portuguesa, de 1,6% do PIB em 2023 para 3,3% e 3,6%, respetivamente, em 2024 e 2025, beneficiando dos “fundos europeus, com impacto muito significativo no saldo da balança de capital”.
(Notícia atualizada pela última vez às 18h06)
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