Lucros da EDP Renováveis caem 53% até setembro para 210 milhões. Rotação de ativos penalizou as contas
Resultados líquidos nos primeiros nove meses foram prejudicados pela redução dos ganhos com rotação de ativos, particularmente dos projetos na Colômbia, que tiveram um impacto negativo de 65 milhões.
A EDP Renováveis EDPR 0,47% registou uma queda homóloga de 53% nos lucros nos primeiros nove meses, para 210 milhões de euros, face aos 445 milhões alcançados no mesmo período do ano passado.
A empresa liderada por Miguel Stilwell justifica que a descida dos resultados líquidos deve-se principalmente à diminuição dos ganhos com rotação de ativos, que passaram de 393 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2023 para 179 milhões no mesmo período de 2024. “O resultado líquido recorrente foi de 210 milhões de euros, com o aumento de receitas operacionais a não ser suficiente para compensar os menores ganhos de rotação de ativos face ao período homólogo”, refere a empresa em comunicado enviado esta quarta-feira à CMVM.
Os números foram particularmente penalizados com um impacto negativo de 65 milhões de euros associados aos projetos na Colômbia, “com o desempenho operacional a não ser suficiente para compensar os menores ganhos de rotação de ativos” face aos resultados apresentados nos primeiros nove meses de 2023, revela a empresa.
Apesar da queda nos lucros, as receitas da empresa cresceram 5% em termos homólogos, atingindo 1.731 milhões de euros. Este aumento foi impulsionado por uma maior produção de eletricidade, que subiu 5% para 26,5 terawatt hora (TWh), compensando a queda de 4% no preço médio de venda, que se fixou em 59,4 euros por megawatt hora (MWh). “A produção de eletricidade aumentou +5% versus 9M23 devido a novas adições de capacidade e à melhoria dos recursos renováveis, principalmente nos EUA”, justifica a EDP Renováveis em comunicado.
Nos últimos 12 meses, a EDP Renováveis destaca que adicionou 3 gigawatts (GW) de capacidade renovável à sua carteira, incluindo 1,3 GW nos primeiros nove meses de 2024, revela a empresa, notando ainda que “a capacidade instalada aumentou +11% versus 9M23 para 16,8 GW”.
As contas apresentadas estas quarta-feira revelam também que o EBITDA registou uma queda homóloga de 10% para 1.294 milhões de euros, refletindo o menor contributo dos ganhos com rotação de ativos. Excluindo estes ganhos, o EBITDA teria crescido 7% face ao período homólogo, nota a empresa.
Destaque ainda para o aumento de 35% da dívida líquida, passando de 5.805 milhões de euros em setembro de 2023 (equivalente a 3,2 vezes o EBITDA) para 7.817 milhões em setembro de 2024, cerca de 4,6 vezes o EBITDA dos últimos 12 meses. O relatório explica que este aumento de 2.011 milhões de euros “reflete os investimentos de caixa feitos no período”.
A empresa liderada por Miguel Stilwell realizou quatro transações de rotação de ativos nos primeiros nove meses do ano, nos EUA, Canadá, Itália e Polónia, totalizando 1,1 GW de capacidade renovável. Segundo os resultados dos primeiros nove meses de 2024, estas operações geraram “um múltiplo combinado robusto de €1,5m EV/MW”.
O investimento bruto da empresa entre janeiro e setembro totalizou 2,3 mil milhões de euros, com mais de 80% deste valor aplicado na Europa e América do Norte. Apesar dos desafios, a EDP Renováveis revela que mantém-se focada na sua estratégia de crescimento em energias renováveis, com uma forte presença nos mercados europeu e norte-americano através de uma aposta na diversificação geográfica e tecnológica, com investimentos em energia eólica onshore e offshore, bem como em energia solar.
As ações da EDP Renováveis estão a cair 6,62% para 11,79 euros e da casa-mãe EDP cedem 3,13% para 3,463 euros.
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