BRANDS' ECOSEGUROS “Seguros de saúde podem evoluir e reforçar mais o ecossistema de prestação de cuidados e bem-estar”
André Piolty Esteves, Insurance Director NTT DATA Portugal, reflete sobre aumento da procura por seguros de saúde e detalha as vantagens associadas, tanto para segurados como para seguradoras.
Com o aumento da procura por seguros de saúde, impulsionado por preocupações com o bem-estar, mas também pelo desejo de acesso facilitado a serviços de saúde privados, as seguradoras estão a reavaliar as suas ofertas e estratégias de mercado.
Além das coberturas tradicionais, destacam-se as medidas preventivas que podem beneficiar tanto seguradoras como segurados, garantindo melhores resultados a longo prazo.
André Piolty Esteves, Insurance Director NTT DATA Portugal, partilhou algumas dessas medidas, mas também destacou as vantagens que as várias ofertas de seguros de saúde podem oferecer aos segurados, que cada vez mais têm soluções personalizadas e, por isso, adaptadas às suas reais necessidades.
O aumento da inflação e o crescimento da procura têm impacto direto nos custos dos seguros de saúde. Como é que o setor tem enfrentado este desafio?Naturalmente as seguradoras procuraram ajustar as suas tarifas para garantir a sua sustentabilidade. Contudo procuraram também comunicar esses ajustes associando-os ao investimento na qualidade do serviço, a inovações como a telemedicina ou equipamentos de última geração. Por outro lado, tornou-se ainda mais essencial as seguradoras simplificarem e automatizarem os seus processos internos para melhorarem a sua eficiência operacional.
Em Portugal, a adesão aos seguros de saúde cresce rapidamente, apesar do aumento dos custos. A que fatores atribui este crescimento no nosso país?Em primeiro lugar, há uma necessidade clara de acesso rápido e eficiente a cuidados de saúde. Os portugueses procuram alternativas nos seguros de saúde para complementar a oferta do SNS, que enfrenta desafios e limitações conhecidos. Além disso, há uma maior consciência sobre a importância da prevenção e do tratamento de qualidade. A pandemia destacou a necessidade de estar preparado para doenças pandémicas e a crescente preocupação com a saúde mental, que se tornou uma prioridade permanente, ajudam também a explicar o crescimento da subscrição de seguros de saúde.
Com a pressão crescente nos serviços de saúde, tanto públicos quanto privados, que papel os seguros de saúde desempenham na resposta a essa procura elevada?Os seguros de saúde oferecem acesso a uma rede ampla de prestadores privados que providenciam cuidados de saúde de qualidade, geralmente com tempos de espera mais reduzidos. Estes seguros são particularmente abrangentes em áreas onde o SNS pode ter mais limitações, como a saúde mental e os cuidados dentários.
O setor privado tem investido em inovação e tecnologia, melhorando a experiência dos segurados com serviços como telemedicina e plataformas digitais, que permitem uma abordagem mais flexível e personalizada. Esse investimento estende-se também a programas de prevenção e bem-estar, que incentivam hábitos saudáveis, melhorando a saúde geral e prevenindo doenças e custos futuros.
Os avanços digitais são apontados como essenciais para melhorar a eficiência. Como é que a transformação digital está a remodelar os seguros de saúde, tanto do lado da eficiência operacional quanto da experiência do cliente?Do lado da eficiência operacional, o mercado tem investido em tecnologias como a automação e a inteligência artificial para automatizar processos, traçar perfis de risco mais precisos e desenvolver ofertas mais abrangentes e personalizadas.
A experiência do cliente tem melhorado significativamente com a adoção de estratégias centradas no utilizador. Os segurados agora têm acesso a portais e aplicações que facilitam a gestão das apólices, a marcação de atos médicos e o acesso a informações relevantes. Além disso, serviços complementares de valor acrescentado, como a utilização de wearables, permitem a monitorização de sintomas e a avaliação da eficácia dos tratamentos.
Como as seguradoras podem manter a qualidade da sua rede de prestadores de serviço e responder a um mercado com custos crescentes e pressões externas?As seguradoras têm de adaptar e liderar um ecossistema alargado à saúde e bem-estar e o papel da tecnologia é fundamental. No fundo, têm de ter flexibilidade para ajustar as suas cadeias de valor e modelos de negócio através de parcerias estratégicas, da combinação de produtos e serviços com outros operadores, dentro e fora dos seguros, e a tecnologia é um facilitador de acesso e e de melhoria experiência de utilização, que pode também suportar a fiabilidade, baixos custos operacionais e escalabilidade dos ecossistemas de saúde.
Quanto mais as seguradoras ambicionarem ser os orquestradores digitais neste ecossistema, mais preparadas estarão para crescer de forma sustentável neste mercado em crescendo de custos operacionais, mas também de procura, o que é sinal de que existem oportunidades.
A personalização e atenção à saúde mental estão entre as principais tendências dos seguros de saúde. Em que medida a personalização ajuda a reduzir custos e aumentar a satisfação do cliente?A personalização permite que as seguradoras ofereçam planos de saúde adaptados às necessidades específicas de cada cliente. Assim, os segurados pagam apenas pelos serviços que realmente necessitam, evitando custos desnecessários e aumentando a perceção de valor. Ao focar em serviços essenciais, a personalização ajuda a reduzir desperdícios e a otimizar recursos, beneficiando tanto as seguradoras quanto os segurados. Por exemplo, a inclusão de serviços de saúde mental atende a uma necessidade crescente e melhora o bem-estar geral dos segurados. O acesso a terapias, consultas e programas de apoio mental aumenta a satisfação do cliente e ajuda a prevenir problemas de saúde mais graves no futuro.
Como vê o papel dos seguros de saúde em iniciativas preventivas, como a monitorização de sintomas e doenças? Esta é uma área que pode ser ampliada nos próximos anos?Sem dúvida. Programas de prevenção e monitorização ajudam a melhorar a saúde geral dos segurados, promovendo hábitos saudáveis e intervenções precoces. Isto contribui para uma população mais saudável e para a redução da necessidade de tratamentos intensivos. Além disso, a prevenção é geralmente menos onerosa do que o tratamento de doenças avançadas. Ao investir em iniciativas preventivas, as seguradoras podem reduzir os custos a longo prazo, tanto para elas quanto para os segurados. A tecnologia facilita essa prevenção e monitorização de forma eficaz e económica, nomeadamente, através de apps de saúde, dispositivos de diagnóstico e telemedicina. Por sua vez, a Inteligência Artificial pode analisar dados de saúde e prever riscos, personalizando recomendações de saúde para cada indivíduo.
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