Media

Serviço público de media “é indispensável” para espaço público democrático

Lusa,

"A RTP e todos os outros serviços públicos de media proporcionam uma base sólida para a concorrência de qualidade a montante", apontou Josef Trappel, professor da Universidade de Salzburgo.

O professor da Universidade de Salzburgo Josef Trappel afirmou esta terça-feira que o serviço público de media “é indispensável” para qualquer espaço democrático e que os media têm de estar equipados com meios para competir com as plataformas digitais.

O académico falava na abertura da conferência “Informação como bem público: Regulação mediática e políticas públicas”, promovida pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC). Na sua intervenção, Trappel salientou que o serviço público de media “desempenha um papel muito distinto tanto na qualidade quanto na excelência do jornalismo”.

A RTP e todos os outros serviços públicos de media proporcionam uma base sólida para a concorrência de qualidade a montante“, prosseguiu Josef Trappel.

Ao utilizar dinheiro público, competem com o setor comercial privado em benefício de toda a população”, mas, “ao mesmo tempo, o serviço público de media está isento da plena concorrência, uma vez que não é inteiramente livre para conceber os seus programas de acordo” com as alegadas necessidades e desejos da população, referiu.

Deste modo, “são economicamente privilegiados, mas com conteúdo restrito“, mas “em qualquer caso, a sua atuação é indispensável para qualquer espaço público democrático”.

Na sua intervenção, salientou que para “abordar qualidade, diversidade e jornalismo de excelência, as empresas de media precisam estar equipadas com meios para competir em pé de igualdade com as plataformas digitais de comunicação”.

Tendo em conta a atual situação económica do jornalismo e do negócio dos media, precisam de ser “exploradas” novas fontes de rendimento”.

Josef Trappel avançou ainda três hipóteses para discussão mais aprofundada: a primeira, o jornalismo tem “um futuro brilhante”, uma vez que as pessoas regressarão às notícias profissionais sempre que a incerteza prevalecer.

Em segundo, “o jornalismo independente requer fundos e apoio” e, por último, “o papel e a importância das agências reguladoras dos media aumentam juntamente com a legislação supranacional para proporcionar condições de concorrência equitativas para as redações editoriais e as plataformas de comunicação digital”.

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