BRANDS' ECO “É com orgulho que vemos oradores a submeterem a sua presença todos os anos”
Samuel Santos, vice-presidente da Porto Tech Hub, destaca os desafios na organização da conferência anual, que este ano contou com mais de 1400 pessoas.
Samuel Santos, vice-presidente da Porto Tech Hub, destaca os desafios na organização da Porto Tech Hub Conference, onde a seleção criteriosa de 30 oradores entre mais de 400 candidaturas reflete o crescente prestígio do evento. A conferência anual, que decorre em sete tracks simultâneos, prima pela qualidade e inovação das apresentações, apostando na renovação constante dos oradores e em formatos práticos como “deep dives” ou workshops, onde os participantes podem interagir diretamente com especialistas.
Quais os maiores desafios que tiveram de enfrentar na realização da conferência deste ano?Provavelmente, conseguir garantir a presença dos oradores que queremos, apesar de a Porto Tech Hub já ter “nome” no mercado, pelo que conseguimos ter muitas submissões. É desafiante manter o nível de qualidade a que habituámos os nossos participantes, sobretudo porque estamos a falar de um evento que tem sete ‘tracks‘ em simultâneo, perfazendo mais de 30 oradores. Gerir tanta gente e manter a qualidade é também particularmente desafiante. Por outro lado, temos outro problema, que acaba por ser um “bom” problema. Fruto do nosso histórico, conseguimos ter mais de 400 submissões para oradores quando apenas podemos selecionar 30. Portanto, são dois desafios, com o mesmo objetivo de manter ou melhorar a qualidade.
A ideia é ter novos oradores todos os anos?Na base, sim. Um ou outro orador podemos, por alguma razão, repetir, mas tentamos trazer novas visões e formas de as expor. No entanto, é com orgulho que vemos oradores a submeterem a sua presença todos os anos, o que quer dizer que gostam do evento. Infelizmente, muitas vezes temos de recusar para não serem sempre os mesmos. Além deste processo, também assistimos a outras conferências e analisamos sessões para conseguirmos novos oradores. Nem sempre é fácil chegar aos contactos certos para os convidar; por isso, mal termina uma conferência começamos logo a trabalhar na do ano seguinte.
Qual o papel que a conferência da Porto Tech Hub quer ter no ecossistema da região?Tentamos trazer oradores com muito know-how na área, para proporcionarem sessões de grande qualidade que aportem algo aos participantes e que estes possam levar para as empresas, para as ajudar a crescer. Numa nota muito pessoal, acho que um dos maiores benefícios das conferências, por exemplo em relação a ler artigos online ou a ver vídeos online, é a parte da interação, do dinamismo e do entusiasmo que se gera nestes eventos, que fazem com que as pessoas vão mais motivadas para experimentar e fazer acontecer nas empresas.
É por isso que apostam na vertente mais prática dos workshops?Introduzimos esse conceito há duas edições, numa escala um pouco mais pequena, uma vez que estávamos a sair de uma pandemia. Mais do que workshops, gosto de lhes chamar “deep dives” porque a ideia é as pessoas focarem-se num determinado tema e irem mesmo à questão prática. Convidamos os participantes a trazer os portáteis pois as sessões não são só slides. Muitas vezes, os oradores trazem exemplos e fazem código ao vivo para mostrar à audiência, com o objetivo de lhes lançar um desafio prático. Depois andam pela sala a ajudar os participantes a desenvolver aquele projeto ou pequena experiência. No fim, isso é conhecimento que fica com as pessoas, aliás, é informação que levam nos próprios portáteis. É muito enriquecedor ter uma pessoa muito conhecedora daquela área a explicar, a resolver problemas e a esclarecer.
Como vê a contratação e retenção de talento no Porto?Em geral, acho que é complicado manter o talento em Portugal. É um facto que temos boas universidades; temos bons profissionais; temos gente muito qualificada. Gente que é aliciada por empresas estrangeiras que conseguem atrair o nosso talento para Portugal de forma relativamente fácil porque têm outro poder de negociação. No entanto, o facto de conseguirmos reter talento não tem apenas a ver com um bom ordenado; tem a ver com condições de trabalho e com qualidade de vida e ambiente na empresa. Um ambiente que hoje todos queremos que seja saudável, confortável e equilibrado. E é isso que hoje as empresas tentam construir também aqui no Porto; onde há boas empresas e, sobretudo, onde as pessoas são especiais.
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