“Os alarmes inteligentes não são uma imposição do negócio, vêm da necessidade das pessoas”

  • ECO
  • 13 Dezembro 2024

Atualmente, um sistema de segurança também é uma ferramenta de acesso à informação, que tem a capacidade de monitorizar o dia a dia, correspondendo às necessidades personalizadas de cada indivíduo.

A inteligência artificial está a transformar o setor da segurança, tornando os alarmes mais inteligentes, personalizados e eficientes. Este avanço tecnológico não só responde às crescentes ameaças, como também aborda questões cruciais como a privacidade e a conveniência do consumidor, que foram discutidas durante a terceira edição da Prosegur Talks, no Estúdio ECO.

Miguel Trindade Rocha, Partner na Stinma e Presidente Executivo da OPCR, destaca que a Inteligência Artificial tem sido amplamente utilizada para potenciar ameaças, mas que agora deve ser explorada como ferramenta de combate. “É oportuno começarmos a utilizá-la para combater essas ameaças”, afirmou. No entanto, a adoção deste tipo de inteligência na área da segurança traz desafios, sobretudo na questão da privacidade.

João Carlos Carvalho, Diretor de Marketing da Prosegur Alarms, Miguel Trindade Rocha, Partner na Stinma e Presidente Executivo da OPCR, e Rogério Canhoto, Professor Universitário

Miguel Trindade Rocha alerta que muitas pessoas não compreendem os algoritmos nem quem está por trás deles, o que gera desconfiança. Para o Presidente Executivo da OPCR, é essencial melhorar a literacia dos utilizadores para evitar possíveis invasões.

IA e personalização

Rogério Canhoto, Professor Universitário, defende que a Inteligência Artificial vive de dados e, por isso, a sua personalização depende da matéria-prima disponível. O Professor explica que, hoje em dia, já se consegue criar scripts personalizados para o atendimento ao cliente com base na aprendizagem que foi feita com outros clientes. Esta personalização é aplicada tanto no marketing como na gestão de clientes, permitindo prever comportamentos e reduzir o churn (a perda de clientes).

"O grande próximo passo é deixarmos de trabalhar com interfaces físicas”

Rogério Canhoto, Professor Universitário

No campo da inovação, Rogério Canhoto acredita que a próxima grande evolução será a substituição de interfaces físicas por vocais. Tecnologias como Alexa já permitem ativar alarmes, trancar portas ou gerir sistemas de segurança de forma intuitiva. “O grande próximo passo é deixarmos de trabalhar com interfaces físicas”, refere.

Para além da segurança

João Carlos Carvalho, Diretor de Marketing da Prosegur Alarms, sublinha que a procura por alarmes inteligentes não é imposta pelo negócio, mas sim pela necessidade dos consumidores. “No mundo dos alarmes, o que está a acontecer é que as pessoas querem serviços inteligentes e querem-nos em modo self-service”, acrescenta.

João Carlos Carvalho refere que construíram a sua própria aplicação com um conjunto de ações inteligentes. “Hoje, com o nosso alarme, podemos identificar e fazer o reconhecimento inteligente de pessoas que entram dentro de um espaço, que pode ser a nossa casa ou empresa. Podemos querer reconhecer pessoas da família, animais, eventos climáticos…”, explica.

Este já não é um sistema só de segurança, mas também é uma ferramenta de acesso à informação que consegue monitorizar o nosso dia a dia. Contudo, cada dispositivo conectado representa um ponto potencial de falha, reforçando a necessidade de confiar no ecossistema de segurança que é gerido em coparticipação com o cliente.

Outro ponto crítico são os falsos eventos, que podem ser ativados por múltiplas razões, como as variações de luz ou de calor. “Geramos mais de um milhão de eventos por ano”, afirma João Carlos Carvalho, explicando que a Inteligência Artificial pode ser fundamental para detetar padrões e reduzir erros.

Assista ao vídeo completo aqui:

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