App portuguesa True Friends combate o isolamento social e ajuda a fazer amigos nos EUA

Aplicação já tem seis mil utilizadores e aponta para o primeiro trimestre de 2025 a primeira ronda seed. EUA, Brasil, Reino Unido e Escandinávia são mercados na mira.

Manuel Fidalgo, cofundador e CEO de True Friends.

Há histórias de vida que acabam por dar ideias de negócio. É o caso da True Friends. Foi o isolamento social vivido por Miguel Fidalgo na infância e adolescência que o levou a pensar numa forma de ajudar quem está a passar pelo mesmo a interromper o ciclo e criar laços de amizade com outras pessoas. Incubada na Nova SBE, a aplicação já tem cerca de seis mil utilizadores e aponta para o primeiro trimestre de 2025 a primeira ronda seed de até 500 mil euros, já com mercados como EUA, Brasil, Reino Unido e Escandinávia na mira.

“Neste momento estamos com o (bom) problema de ter tido um fluxo gigante de utilizadores após a nossa participação nos programas Júlia, A Nossa Tarde e no podcast Páginas com Graça. Queremos aumentar a estrutura e a equipa de modo a fazer face à procura. Com a próxima ronda, queremos desde cedo incorporar a versão freemium, assim como iniciar o mercado dos EUA”, adianta Miguel Fidalgo, CEO e um dos três cofundadores da True Friends, juntamente com José Francisco Gandarez e Fernando Pinto.

Como funciona?

O funcionamento é simples: os utilizadores criam o seu perfil indicando os temas de interesse, os valores, as causas e, mais recentemente, problemas pelos quais estejam a passar”, descreve Miguel Fidalgo.

“Percebemos pelos estudos na Nova que as pessoas muito rapidamente começavam a desabafar, uma vez que estão defendidas em termos de identidade (no perfil não consta nome ou fotografia), assim como pelo tipo de interação que procuram (amizade, partilha de interesses ou desabafos)”, precisa. “A partir daí, podem iniciar conversas com outras pessoas, sem a pressão de padrões superficiais como likes ou a aparência física”, continua.

“Após cada interação, os participantes podem avaliar-se mutuamente com base na qualidade da conversa, permitindo que aqueles que promovem boas interações ganhem maior visibilidade dentro da aplicação”, refere ainda. “Este sistema de avaliação não só incentiva conversas respeitosas e positivas, como também atrai mais utilizadores para interagir com aqueles que se destacam pelas avaliações recebidas”, explica. “Desta forma, True Friends cria um ciclo virtuoso que fortalece a confiança e fomenta uma verdadeira sensação de comunidade”, conclui.

A True Friends tem ainda ligação a organizações como a SOS Voz Amiga e Voades. Uma forma de fazer a ponte entre quem precisa (mais) de ajuda e instituições de apoio. “Alguém que, pelo isolamento social, esteja hoje a passar por problemas mais sérios de saúde mental e/ou sinta que precisa de ajuda por parte de profissionais (a aplicação é apenas para peers) terá no site da app — e futuramente — na própria app ligação direta para essas instituições”, explica Miguel Fidalgo.

Planos de expansão com EUA na mira

A True Friends tem objetivos de crescimento para o primeiro ano de atividade, entre os quais atingir 50 mil downloads e 15 mil utilizadores ativos por mês, bem como alcançar 40% dos utilizadores ainda ativos após 90 dias, com um tempo médio de interação por sessão entre 15-20 minutos mínimos por sessão, “indicando conversas longas e significativas”.

Quer ainda alcançar uma taxa de resposta de 80% às conversas iniciadas, com um mínimo de cinco conversas iniciadas por utilizador por mês, “promovendo a criação de conexões regulares”, elenca Miguel Fidalgo.

E há planos para avançar com uma ronda de financiamento já no próximo ano. “Iremos ter uma ronda seed. Prevemos que a mesma aconteça ainda no primeiro trimestre de 2025. Situar-se-á entre os 250 mil e 500 mil euros nesta primeira fase”, adianta o CEO.

Uma injeção de capital que vai permitir reforçar a equipa atual de três cofundadores, dois developers e duas pessoas na comunicação e marketing. “Dado o volume de utilizadores, precisamos aumentar em todas as áreas para fazer face à procura, assim que se concretizar a próxima ronda”, diz Miguel Fidalgo, sem adiantar número de reforços.

Com isso, a ideia é expandir a presença da aplicação em outros mercados. “Seguidamente iremos para os EUA dado a pandemia que se vive nesse país relativamente ao isolamento social (uma em cada três pessoas diz ter um ou zero amigos com quem falar!). Brasil, Reino Unido e Escandinávia, pelos mesmos motivos”, diz.

Com a injeção de capital, há planos para a implementação de um modelo de negócio freemium, ou seja, gratuito, mas em que os utilizadores pagam para aceder a determinadas opções e funcionalidades. Ou seja, por exemplo, poder falar com dez pessoas num dia, mas pagar se quiser falar com a 11.ª ou esperar 24h; ou se quiser ter destaque e aparecer no topo dos perfis durante 24h, detalha o CEO. “Existirão também anúncios, mas que nunca comprometerão o fluir da conversa”, acrescenta.

Num ano, o projeto quer converter entre 4%-6% dos utilizadores ativos a um modelo de subscrição freemium. Ao nível de receitas, têm como meta atingir os “50 mil euros gerados por subscrições freemium aquando da implementação de pagamentos na app“.

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