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Apple quer intensificar aposta na Apple News, a sua plataforma de notícias

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A Apple News tem dividido opiniões entre aqueles que a encaram como uma oportunidade para atingir um público mais vasto e aqueles que a vêem como uma forma de roubar leitores e receitas dos media.

A Apple tenciona intensificar a expansão da sua aplicação de notícias — a Apple News –, estando a planear disponibilizar noutros países a plataforma que alcança cerca de 125 milhões de pessoas mensalmente nos EUA, Canadá, Reino Unido e Austrália.

Segundo pessoas familiarizadas com o assunto e citadas pelo Financial Times (FT), a Apple está também a considerar investir na cobertura de notícias focada no Reino Unido, ao mesmo tempo que tenciona adicionar a funcionalidade de puzzles à sua aplicação no território britânico, ferramenta que atualmente só está disponível nos EUA e Canadá.

Embora não produza muito jornalismo próprio, a Apple News — lançada há quase 10 anos — alcança milhões de utilizadores nos países onde está disponível. No Reino Unido, o Mirror, por exemplo, conta com uma audiência média mensal de cerca de 4,5 milhões na Apple News, perto de um quarto dos seus leitores totais.

“Do ponto de vista da consciencialização da marca, é realmente importante. Precisamos de estar lá. É a porta de entrada para o iPhone de todos”, refere David Higgerson, chief digital publisher da Reach, a maior proprietária de jornais regionais do Reino Unido, onde se inclui o Mirror, citado pelo FT.

Com esta aposta, a marca da maçã espera ajudar a consolidar o seu papel enquanto fonte crescente de receitas para muitos órgãos de comunicação social. No entanto, a Apple News tem dividido opiniões entre aqueles que a encaram como uma oportunidade para atingir um público mais vasto e aqueles que a vêem como uma forma de roubar leitores e receitas dos media.

Disponível através de uma versão gratuita (Apple News) e uma versão paga (Apple News+) — que custa 12,99 dólares nos EUA e 12,99 libras no Reino Unido — a diferença prende-se com a presença, ou não, de publicidade.

Na versão gratuita, a rentabilidade é assim conseguida através de publicidade, podendo os meios de comunicação ficar com 100% da receita gerada por anúncios que sejam vendidos por si, ou 70% da receita de anúncios vendidos pela Apple ou terceiros. No entanto, muitos órgãos de comunicação têm-se mostrado dececionados com as tentativas de monetizar os seus artigos através de publicidade na app da Apple, uma vez que as “regras rígidas de proteção de dados impedem que se atinjam leitores usando third-party data”, refere o FT.

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