Viagens personalizadas e seguras. Conheça as 10 tendências que vão marcar o turismo em 2025
Viagens personalizadas e feitas à medida, procura de experiências culturais autênticas e destinos seguros, são algumas das tendências para este ano, segundo o IPDT.
Numa altura em que o setor do turismo espera bater recordes este ano com 33 milhões de hóspedes e 6,5 mil milhões em receitas, o Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo (IPDT) identificou as dez tendências que vão marcar 2025, uma forma de antecipar o comportamento dos turistas e ajudar os profissionais a preparar estratégias mais ajustadas perante um cenário global em constante evolução.
As viagens personalizadas e feitas à medida surgem como a principal tendência (63%), seguidas pela procura de experiências culturais autênticas nas cidades (60%). A segurança, elemento essencial na escolha de destinos, foi referida por 30% dos especialistas que participaram no barómetro do turismo.
1. Viagens à medida
O turista procura destinos e experiências que se alinhem quase na totalidade com as suas motivações, pontos de vista e estilo de vida. Neste sentido, procuram experiências únicas que transcendam o comum e acrescentem um valor significativo – cultural, emocional ou social.
O Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo antecipa que o “planeamento detalhado e personalizado – quase pessoa a pessoa – será uma marca incontornável de 2025 e do futuro do turismo”. Este processo, conduzido pelos próprios viajantes ou com o apoio de agências e operadores turísticos, “permitirá criar viagens alinhadas com as expectativas e ambições de cada pessoa”.
2. Autenticidade
Segundo os membros do Barómetro do Turismo IPDT, as viagens com motivações culturais deverão ser uma tendência, isto depois de em 2024, na Europa, o desporto ter sido um motor gerador de fluxos, como por exemplo os Jogos Olímpicos em Paris que atraíram milhões de visitantes à capital francesa. No entanto, o barómetro mostra que aquilo que se espera vir a assistir já a partir de 2025 é uma “procura por destinos – e locais dentro destes – que sejam considerados, pelos turistas, como “autênticos” sobretudo do ponto de vista da vida local que confere identidade aos destinos”.
Posto isto, os viajantes vão fugir aos locais onde se verifica uma maior concentração de turistas e deverão procurar alternativas fora dos circuitos habituais. A análise do IPDT mostra que os “locais menos explorados e massificados, como galerias de arte independentes, mercados de bairro ou zonas onde a autenticidade ainda predomina, tornar-se-ão os novos protagonistas das viagens culturais”.
“Esta tendência reflete uma mudança na forma como os turistas valorizam as cidades: como espaços para conexão e descoberta, longe do óbvio e do massificado“, prevê o Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo.
3. Segurança como prioridade
Numa altura em que o mundo assiste a cenários de conflitos armados, os turistas vão priorizar destinos percebidos como seguros, especialmente quando viajam em família ou em pequenos grupos. “A perceção de segurança será um fator determinante na decisão de viagem, beneficiando destinos estáveis e menos expostos a conflitos ou instabilidade social”, segundo os membros do barómetro do turismo do IPDT.
Os destinos, que consigam comunicar de forma clara e consistente as condições de segurança, “poderão ter uma vantagem competitiva no mercado global, ao oferecerem tranquilidade e confiança a um público cada vez mais atento e cauteloso”.
Num contexto global marcado por incertezas económicas e geopolíticas, Portugal continua a beneficiar da perceção de ser um destino seguro e acolhedor, o que se traduz num ativo estratégico para atrair turistas internacionais.
“Num contexto global marcado por incertezas económicas e geopolíticas, Portugal continua a beneficiar da perceção de ser um destino seguro e acolhedor, o que se traduz num ativo estratégico para atrair turistas internacionais”, nota o presidente do IPDT, Jorge Costa.
4. Natureza como ponto de equilíbrio
Algo que tem vindo a ganhar força nos últimos anos e que, em 2025, deverá consolidar-se como uma tendência marcante são as viagens para destinos onde a natureza proporciona uma verdadeira experiência de imersão. O IPDT antecipa que “os turistas devem procurar mais atividades que lhes permitam desconectar da rotina, desafiar o corpo e restabelecer uma conexão com o ambiente natural”.
Caminhadas, escaladas, retiros em áreas remotas ou até a simples observação das estrelas são exemplos de experiências que podem combinar esforço físico e renovação emocional.
5. Destinos sol e mar
O Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo assegura que “os destinos de sol e mar continuarão a ser um dos pilares do turismo em 2025, mas podem enfrentar transformações profundas, no futuro próximo”. Em causa estão as alterações climáticas (temperaturas da água alteradas, fenómenos climáticos extremos e até a erosão costeira) que estão a desafiar os destinos a adaptarem-se e a encontrarem formas de se manterem competitivos.
“Estas mudanças climáticas poderão, no futuro, alterar os padrões tradicionais das viagens de sol e mar, promovendo deslocações em meses menos previsíveis ou em novas geografias”, refere o IPDT, realçando que “destinos que investirem em estratégias de mitigação de riscos, práticas sustentáveis e planos de gestão ambiental poderão estar na linha da frente para garantir que este segmento de viagens continue a trazer retorno, mesmo em cenários de mudanças globais”.
6. Novo calendário para o turismo
Os profissionais do turismo preveem uma crescente tendência para uma distribuição das viagens ao longo dos 12 meses, com “os viajantes a mostrar uma maior predisposição para explorar destinos fora dos períodos tradicionais das épocas altas, aproveitando épocas menos movimentadas e, muitas vezes, mais acessíveis em termos económicos”.
O barómetro do turismo mostra que este comportamento é influenciado por diversos fatores, como o “aumento da flexibilidade laboral, a procura por experiências menos massificadas e a possibilidade de evitar os preços elevados associados às épocas altas”. Em Portugal, o mercado americano, canadiano e o asiático, têm contribuído para esta mudança.
7. Gastronomia no centro da experiência
A gastronomia, que outrora era encarada como uma necessidade básica, transformou-se numa verdadeira arte, capaz de atrair pessoas, mover culturas e criar memórias. “Em 2025, será expectável que as viagens tenham como motivação principal, ou complementar, a gastronomia nos destaques dos roteiros de viagem”, referem os profissionais do setor.
“Mais do que simplesmente comer, os turistas devem procurar explorar sabores, compreender a história por detrás dos pratos e mergulhar na cultura que dá vida a cada refeição”, lê-se nas tendências para 2025, onde é destacado que “não existe uma fórmula certa para agradar a todos”, mas que o “segredo está em garantir que, independentemente do tipo de experiência – seja um jantar gourmet ou uma refeição tradicional num restaurante local –, o serviço, o atendimento e a confeção sejam envolventes e capazes de surpreender”.
8. Descobrir novos destinos
Este ano os turistas estarão de olhos postos em novos territórios, na procura de destinos menos tradicionais que lhes ofereçam algo inesperado e fora do radar habitual. Os membros do barómetro apontam que na Europa, os Balcãs estão a ganhar protagonismo entre os viajantes que procuram cenários onde o turismo ainda se encontra em estágios menos desenvolvidos.
Em Portugal, esta tendência poderá ser uma oportunidade para os concelhos menos explorados se posicionarem neste novo “mapa” de descoberta. “O segredo do sucesso estará na capacidade de preservar a essência local, enquanto se investe em infraestruturas e serviços capazes de satisfazer os visitantes, sem comprometer a sustentabilidade a longo prazo”, realçam os profissionais do setor.
9. Inteligência artificial
A tecnologia está a ganhar terreno e o ChatGPT já está a conquistar a confiança de milhões de viajantes no planeamento e na descoberta de destinos. No entanto, o IPDT alerta que esta revolução traz desafios e que o ser humano não deve esquecer que o “turismo é, por natureza, um setor de pessoas para pessoas”. “As interações humanas – o sorriso ao chegar ao hotel, a conversa com um guia local, ou o calor de uma receção autêntica – são insubstituíveis e o verdadeiro motor das experiências turísticas”.
Embora as ferramentas de inteligência artificial possam ser vistas como um aliado para enriquecer a experiência, nunca devem ser encaradas como um substituto para o fator humano, que “continua a ser a alma do turismo”.
10. Viajar atrás dos sons
Viajar para assistir a concertos enquanto se aproveita para explorar o destino será umas das tendências para este ano. Em Portugal, o impacto desta tendência é inegável, com os concertos de artistas internacionais como os Coldplay (Coimbra, 2023) e Taylor Swift (Lisboa, 2024) a trazerem milhares de pessoas a Portugal e a gerarem retornos de vários milhões de euros.
O ano de 2025 não será exceção, com grandes espetáculos já anunciados. Nomes como Rod Stewart (MEO Arena, Lisboa, 13 de maio), Imagine Dragons (Estádio da Luz, Lisboa, 26 de junho), Thirty Seconds to Mars (MEO Marés Vivas, 19 de julho) e Ghost (MEO Arena, Lisboa, 29 de abril) prometem continuar a atrair fãs de todo o mundo.
“Além dos grandes nomes internacionais, festivais como o Primavera Sound, NOS Alive, o Super Bock Super Rock, o Paredes de Coura e o Boom Festival continuam a desempenhar um papel crucial na consolidação desta tendência em Portugal”, menciona o Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo, acrescentando que “estes eventos atraem audiências globais e incentivam os visitantes a prolongar a sua estadia, explorando as paisagens, a gastronomia e a cultura local”.
O “soundcation” está, sem dúvida, para ficar, reafirmando a música como uma força mobilizadora no turismo”, conclui o Instituto.
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