Banco de Portugal fecha acordo com Fidelidade para construir sede na antiga Feira Popular
Tal como o ECO avançou em outubro, a nova sede do Banco de Portugal vai ser erguida nos terrenos da antiga Feira Popular, em Lisboa. Obras ficam concluídas em 2027.
O Banco de Portugal fechou o acordo com a seguradora Fidelidade para a construção da sua nova sede nos terrenos da antiga Feira Popular, em Entrecampos, Lisboa, confirmando uma notícia avançada pelo ECO em outubro. As obras ficam concluídas no terceiro trimestre de 2027.
Em comunicado, o supervisor liderado por Mário Centeno adianta que “a formalização está sujeita à conclusão satisfatória das negociações e à obtenção das aprovações necessárias“.
Não foram revelados valores do negócio, embora o ECO tenha adiantado em outubro que o negócio poderia superar os 240 milhões de euros. Na altura, o ECO noticiou que o supervisor estava a analisar duas opções neste momento: concentrar tudo num espaço de até 30 mil metros quadrados onde estava o antigo parque de diversões; ou ocupar apenas 10 mil metros e ficar com o Edifício Marconi, que fica ao lado e para onde se vai mudar temporariamente.
O projeto deverá estar concluído no terceiro trimestre de 2027 e “representa o culminar de um processo com várias décadas de procura da melhor solução para uma localização única do espaço de escritórios na cidade de Lisboa“, adianta a entidade reguladora.
“É como o novo aeroporto…”
O desejo de mudança do supervisor é antigo e a centralização dos serviços visa responder a um esforço de racionalização de custos. Atualmente, as instalações do Banco de Portugal encontram-se espalhadas por quatro localizações de Lisboa, onde trabalham cerca de 1.500 dos 1.700 trabalhadores do banco: a sede (Rua do Comércio), o Edifício Portugal (Avenida Almirante Reis), Rua Castilho e Avenida da República.
“Para um banco central, por questões de segurança, para proteção não só das condições de trabalho, mas também de informação e valores que o Banco de Portugal tem à sua guarda, isto leva a um grau de despesa e de ineficiência muito elevado”, referiu Mário Centeno na conferência de apresentação do relatório do conselho de administração de 2023.
“Há mais de 40 anos, mais ou menos o mesmo tempo que o aeroporto, que o Banco de Portugal discute, debate e procura soluções para as suas instalações. O Banco de Portugal não tem história de ter tido instalações únicas em Lisboa”, acrescentou.
Enquanto não encontra uma solução estrutural para o seu problema, o supervisor decidiu instalar-se temporariamente no Edifício Marconi, que fica ao lado dos antigos terrenos da Feira Popular.
Fidelidade rentabiliza terrenos
A Fidelidade comprou os terrenos da antiga Feira Popular em 2018 por cerca de 270 milhões de euros. A seguradora adquiriu três parcelas de terreno naquela zona, sendo que uma delas (Parcela C, praticamente colada à linha de comboio) já está ocupada com a futura sede da seguradora – chegou a sondar o mercado com vista a uma potencial venda, mas desistiu do processo.
Sobram dois lotes de terreno, ocupando uma área conjunta de mais de 70 mil metros quadrados, e que serão destinados a comércio e serviços (Parcela A, onde vai ser edificada a nova sede do Banco de Portugal) e comércio, serviços e habitação (Parcela B), sendo que as obras ainda se encontram numa fase muito inicial.
Num comunicado separado a confirmar o acordo, a Fidelidade salienta que o projeto de Entrecampos “representa uma visão revitalizadora daquela área central de Lisboa, criando um marco urbano que combina sustentabilidade, design contemporâneo e funcionalidade”. Revela ainda que os arquitetos Ana Costa, Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto de Moura, ambos laureados com o Prémio Pritzker, vão ser os responsáveis pelos edifícios residenciais.
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