Europa enfrenta necessidades de investimento “sem precedentes”

No conjunto, serão necessários cerca de 800 mil milhões de euros para avançar na descarbonização, inovação e defesa, sendo que mais de 50% estão concentrados no tema da transição energética.

A partner da PwC, Cláudia Coelho, aponta para necessidades de investimento “sem precedentes”, associadas à descarbonização, inovação e defesa na União Europeia. Embora a Europa esteja numa “boa situação” em relação à capacidade renovável, está aquém das metas e ainda não consegue colmatá-las com tecnologia e produtos desenvolvidos integralmente no Velho Continente. A simplificação das exigências regulamentares que aí vem poderá ajudar neste caminho.

Olhando aos objetivos da União Europeia no que diz respeito à descarbonização, inovação e defesa, “as necessidades de investimento alcançam níveis sem precedentes”, alerta a partner da PwC. No conjunto, serão necessários cerca de 800 mil milhões de euros, sendo que mais de 50% estão concentrados no tema da transição energética, quer na área da energia, quer nos transportes.

Cláudia Coelho falava na segunda conferência dedicada às conclusões do Relatório Draghi, e que se debruçava sobre o tema Indústria Verde, na qual apresentou o tema “Descarbonização e Indústria Verde, Desafios e Oportunidades”. No que diz respeito à capacidade de produção de energias renováveis, a Europa está “numa boa situação”, embora seja necessário reduzir custos da energia e aumentar a eficiência, indica.

Relatório Draghi: Uma oportunidade para a Europa? Indústria Verde - 30JAN25
Cláudia Coelho, Partner da PwCHugo Amaral/ECO

De momento, a Europa conta 22% de energia com origem renovável, acima dos 14% da China e 9% dos Estados Unidos, e comprometeu-se a atingir os 42,5% até 2030. Este objetivo implica triplicar a energia solar e duplicar a energia eólica. Em conjunto com a ambição quanto aos veículos elétricos, “significa que há necessidade de investir nestas áreas, e a Europa devia ter a capacidade para ser a própria a fornecer toda a tecnologia e produtos necessários para cumprir com as metas. “A Europa não fez ainda esse caminho e acabamos com o risco de transferir este potencial para outras economias, como a China“, alerta.

“Temos de ter capacidade de atrair investimento e mobilizar o setor privado, fundos de pensões… Investidores que possam contribuir. E para isso precisamos de ter as condições adequadas“, afere. Exemplos dessas condições são a reorientação da atuação da União Europeia para setores estratégicos, a aceleração das interligações energéticas e a simplificação das regras regulamentares e administrativas.

A boa notícia, do ponto de vista de Cláudia Coelho é que a UE já anunciou que vai rever vários diplomas e apresentar as modificações no final de fevereiro, no chamado pacote Omnibus. É previsível a simplificação dos requisitos da diretiva de due dilligence, da diretiva de reporte de sustentabilidade e da taxonomia europeia. “Julgo que as empresas vão de facto beneficiar”, pontuou.

 

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