Depósitos a prazo captam recorde de 128 mil milhões em 2024 apesar de pagarem cada vez menos

O montante de novos depósitos a prazo de particulares atingiu um valor recorde de 128,4 mil milhões de euros no ano passado, apesar de o juro médio ter descido quase um ponto percentual.

As famílias portuguesas aplicaram 128,4 mil milhões de euros em depósitos a prazo no ano passado, o valor mais elevado desde o início da série em 2003, apesar de Portugal ter tido a oitava maior redução dos juros entre os países da Zona Euro em 2024, de acordo com dados oficiais conhecidos esta terça-feira.

O ano de 2024 volta a ilustrar a forte preferência dos portugueses por este instrumento de poupança, apesar de a banca nacional pagar juros relativamente baixos face aos pares europeus. De acordo com o Banco de Portugal, passámos a ser “o sexto país com a menor taxa de juro média” na área do euro. Em 2023, éramos o oitavo.

Taxas de juro dos novos depósitos de particulares, por prazo acordado:

Fonte: Banco de Portugal

De acordo com o banco central, o montante das novas operações de depósitos a prazo das famílias atingiu 128,4 mil milhões de euros em 2024, o que representam quase mais 40 mil milhões do que no ano anterior. O recorde “resulta, em grande medida, da reaplicação em novos depósitos a prazo de montantes anteriormente aplicados em depósitos deste tipo e sem renovação automática”.

Quanto à remuneração, desceu 0,92 pontos percentuais (pp) entre dezembro de 2023 e dezembro de 2024, mês em que a taxa de juro média se fixou nos 2,16%. “A descida registada em Portugal foi superior ao decréscimo verificado para a média dos países da área do euro, continuando o país, assim, abaixo da taxa média deste conjunto de países (2,61%)”, refere o Banco de Portugal na nota estatística.

Por outras palavras, a banca nacional conseguiu no ano passado captar um montante recorde para depósitos a prazo, apesar de ter continuado a cortar no juro pago aos aforradores e de pagar uma remuneração mais baixa do que a média do euro.

Taxa de juro dos novos depósitos a prazo de particulares (países da área do euro):

Fonte: Banco de Portugal

“A redução da remuneração média foi transversal a todos os tipos de depósitos. Nos novos depósitos com prazo até um ano, a taxa de juro média reduziu-se 0,92 pp, de 3,10%, em dezembro de 2023, para 2,18% em dezembro de 2024. Estes depósitos foram dominantes durante todo o ano, representando, em 2024, 97% do montante total de novas operações de depósitos a prazo de particulares (87% em 2023)”, sublinha a mesma nota do supervisor bancário.

A informação contempla ainda os depósitos a prazo das empresas, que aplicaram 86,9 mil milhões de euros neste tipo de instrumento em 2024, mais 10,8 mil milhões do que no ano prévio. Para estas, o juro diminuiu 0,8 pp, para 2,66%. Novamente, menos do que a média dos bancos da moeda única.

(Notícia atualizada pela última vez às 11h39)

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