CEO da Azul confiante que dívida da TAP vai ser resolvida porque “ninguém nega” empréstimo
Companhia aérea brasileira lançou esta terça-feira uma nova rota entre o Porto e Recife, no nordeste do Brasil, com dois voos por semana a partir de junho.
A companhia aérea brasileira Azul disse à Lusa que acredita que a dívida contraída pela TAP em 2016 vai ser resolvida, porque “ninguém nega” que foi feito um empréstimo de mais de 90 milhões de euros.
“É bem claro que a Azul emprestou dinheiro para a TAP, acho que ninguém nega isso, demos 100 milhões de dólares [cerca de 97 milhões de euros, à taxa atual] há alguns anos para fortalecer a TAP”, começou por referir o presidente executivo (CEO) da companhia aérea brasileira, John Rodgerson, em entrevista à Lusa por telefone.
A companhia brasileira, que contratou um escritório de advogados em Portugal para negociar esta dívida, para “ter a certeza que todos estão protegidos”, disse estar confiante de que o processo “vai ser resolvido, porque ninguém questiona que a Azul deu dinheiro para a TAP”.
Em causa está uma dívida contraída pela TAP em 2016, um ano depois de o Governo ter aprovado a venda de 61% do capital social da TAP ao consórcio Gateway, do empresário norte-americano David Neeleman e do empresário português Humberto Pedrosa – um dos dois finalistas do processo de privatização da transportadora aérea portuguesa, sendo o candidato preterido Germán Efromovich.
A transportadora brasileira entende que esta questão deve ser resolvida antes da nova venda da TAP, para não “atrapalhar” o processo, apontou John Rodgerson, tal como transmitiu aos responsáveis da companhia portuguesa, em conversas no passado.
Em resposta enviada à agência Lusa, em outubro, a Azul Linhas Aéreas tinha esclarecido que “com o movimento para uma eventual privatização da TAP, o esvaziamento da empresa do grupo TAP que assinou o empréstimo e o esvaziamento das garantias da dívida, a Azul contratou um escritório de advocacia em Portugal para garantir que sejam efetivadas as garantias ou que a dívida seja paga de forma antecipada”.
A companhia aérea brasileira, fundada por David Neeleman, antigo acionista da TAP, sublinhou ainda que procura “um entendimento para sanar a situação de maneira amigável e comercial, não afastando a possibilidade de tomar ações mais duras caso não haja acordo com a empresa portuguesa”.
A Azul detalhou que fez um empréstimo de 90 milhões de euros, junto de mais 30 milhões de euros oriundos do Governo português, para ajudar a liquidez da TAP, que passava por dificuldades financeiras.
De acordo com a imprensa brasileira, o vencimento da dívida, que já ascende os 1,2 mil milhões de reais (200 milhões de euros, ao câmbio atual) tem de acontecer até 2026.
Companhia lança voo direto Porto-Recife
A companhia aérea brasileira Azul lança esta terça-feira a primeira rota Porto-Recife, no nordeste do Brasil, com dois voos por semana a partir de junho, com o presidente executivo a afirmar à Lusa que estão atentos a oportunidades em Portugal.
“Há muitos brasileiros que querem ir para o Porto, para as vindimas, ou conhecer melhor Portugal, e há muitos europeus que estão a usar o Porto como porta de entrada para o Brasil também”, disse à Lusa o presidente executivo (CEO) da Azul, John Rodgerson, em entrevista por telefone.
A companhia aérea vai começar por disponibilizar duas ligações semanais para a capital do estado de Pernambuco, a partir de junho, por ocasião das Festas Juninas, no Brasil, e do São João, no Porto, acreditando que esta rota “vai conectar muito mais os dois países e fortalecer o turismo” de cada um.
Esta nova ligação faz parte do processo de expansão internacional da Azul e conecta o principal ‘hub’ (plataforma de distribuição de voos) da companhia no nordeste brasileiro à segunda maior cidade portuguesa.
Questionado sobre planos de crescimento em Portugal, John Rodgerson adiantou que a transportadora aérea está a “olhar para muitas oportunidades” no país, mas o aeroporto de Lisboa está lotado e já existe uma ligação ao Recife, operada pela TAP.
“Acreditamos que o novo aeroporto [de Lisboa] vai abrir mais oportunidades para conectar ainda mais os nossos países, mas isso é para o futuro, vai demorar anos para construir o novo aeroporto e a procura existe hoje”, afirmou o responsável.
Em comunicado, o diretor do Turismo de Portugal no Brasil, Bernardo Cardoso apontou que esta conexão direta facilita o fluxo de turistas e realçou que “o Porto mantém conexões estratégicas com a Madeira e os Açores, permitindo que os viajantes descubram ainda mais do que Portugal tem a oferecer”.
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