Mais de metade das famílias com necessidades de saúde sem acesso a serviços profissionais pagos

Falta de acesso aos cuidados de saúde e apoio domiciliário profissionais remunerados resulta principalmente da incapacidade de pagamento e da indisponibilidade dos serviços.

Das famílias com necessidades de cuidados de saúde e serviços de apoio domiciliário devido a doença física ou mental prolongada, incapacidade ou idade avançada, 51,7% não tiveram acesso à prestação dos serviços necessários por profissionais remunerados, de acordo com dados publicados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Os dados do organismo de estatística revelam ainda que esta percentagem sobe para 62,3% no caso da população em risco de pobreza. “A falta de acesso aos cuidados de saúde e apoio domiciliário profissionais remunerados resultava principalmente da incapacidade de pagamento (55,9% dos casos) e da indisponibilidade dos serviços (17,5%)”, explica o INE.

Dos 48,3% que tiveram acesso, 48,5% pagaram o total e 28,1% parcialmente a despesa com esses serviços (proporções que se verificou serem semelhantes no caso dos agregados em risco de pobreza, respetivamente 47,4% e 27,2%).

Em 2024, 6,1% das famílias, quase 272 milhares, tinham “pelo menos uma pessoa a necessitar de cuidados de saúde e serviços de apoio domiciliário devido a doença física ou mental prolongada, incapacidade ou idade avançada, afetando principalmente famílias com pelo menos um idoso (81,5%)”.

A necessidade de cuidados de saúde e de apoio domiciliário afetava 8,7% das famílias em risco de pobreza e 5,5% dos restantes agregados.

Entre as famílias que pagaram total ou parcialmente os serviços de cuidados de saúde e apoio domiciliário, 68,7% fizeram-no “com muita dificuldade, com dificuldade ou com alguma dificuldade, contrastando com os remanescentes 31,3% que o fizeram com alguma facilidade, com facilidade ou com muita facilidade”.

A proporção de famílias que tinham pessoas a necessitar de cuidados de saúde e serviços de apoio domiciliário devido a doença física ou mental prolongada, incapacidade ou idade avançada era de 7,8% nas áreas predominantemente rurais, mais elevada do que nas áreas mediamente urbanas e nas áreas predominantemente urbanas.

O INE indica ainda que, em 2024, para 94,7% das crianças até aos 12 anos, os pais consideravam que as necessidades de cuidados formais de acompanhamento estavam satisfeitas, o que inclui aqueles que não consideram a necessidade de cuidados formais de acompanhamento para além do tempo de educação pré-escolar e de ensino básico.

“Consequentemente, 5,3% das crianças até aos 12 anos precisariam de mais cuidados formais de acompanhamento em 2024, sendo a impossibilidade de pagar esses serviços o principal motivo para a insuficiência dos cuidados (46,9%)”, aponta.

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