Macron acredita que se existe “alguém a jogar” à terceira guerra mundial é Putin
"Se alguém está a jogar à terceira guerra mundial chama-se Vladimir Putin. Foi ele que lançou a guerra já há três anos. Fez vir 10 mil soldados norte-coreanos para solo europeu", disse Macron.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu esta sexta-feira que se existe alguém a “jogar” à terceira guerra mundial é Vladimir Putin e que a maior ameaça para a Europa é a Rússia. Macron responde assim ao presidente norte-americano que, esta sexta-feira na Sala Oval, acusou o homólogo ucraniano de estar a “brincar com uma terceira guerra mundial”.
“Se alguém está a jogar à terceira guerra mundial chama-se Vladimir Putin. Foi ele que lançou a guerra já há três anos. Fez vir 10 mil soldados norte-coreanos para solo europeu. Ajudou os iranianos com os programas nucleares para lutarem contra os europeus”, disse em entrevista à RTP.
Sobre a reunião do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, o chefe de Estado francês sublinha que a Ucrânia tem razão uma vez que foi violada a soberania de um país. “Por isso todos nós também sofremos com isso”, disse.
Apesar da conversa tensa desta sexta-feira entre Trump e Zelensky, Macron reconheceu o empenho dos americanos desde o primeiro dia da guerra. “Desejo que os Estados Unidos continuem a estar do lado da história e dos seus princípios. Mudaram as suas prioridades e é legítimo”, notou.
O chefe de Estado francês sublinha que os Estados Unidos estão do lado da liberdade e dos princípios do direito internacional e o dever dos europeus não é esperar pela próxima declaração e comentá-la, mas antes agir e dar uma resposta à Ucrânia. “A Europa tem de ter uma resposta para a paz”, referiu.
“Não pode haver negociação sobre um cessar-fogo se não houver a presença da Ucrânia. As pessoas podem falar da Rússia e da Ucrânia o que quiserem, mas não podem fazer a paz no lugar destes dois países. A paz só pode ser efetiva se a Ucrânia tiver nas mesas das negociações”, considera Macron, que adiantou que se esperam decisões fortes no próximo Conselho Europeu.
O chefe de Estado francês alerta ainda que a Europa tem de gastar mais para ser autónoma e só depois será um “ator credível sentado à mesa com a Rússia”.
De uma coisa não tem dúvidas, a Rússia é a maior ameaça para a Europa. “Continua a armar-se fortemente, investe 10% do PIB na defesa e todos os dias ataca através de ataques de cibersegurança, manipula processos eleitorais, engendra atos terroristas e tem uma agressividade quer terrestre quer aérea”, refere.
Sobre a China, apesar de não partilhar dos mesmos valores da Europa, não considera uma ameaça, mas antes um parceiro. “Precisamos da China nas questões ambientais”, acrescenta.
Relembrou que a Europa não pode depender dos Estados Unidos e que tem de criar uma indústria de defesa. “Temos que ajudar a crescer os campeões de armamento na Europa e as categorias de armamento que precisamos. E vamos chegar a um ponto que não serão menos bons que os americanos”, referiu.
Sobre Portugal, elogia, dizendo que é reconhecido pelas suas capacidades de manufaturas, o que pode ser útil no desenvolvimento do armamento. “Há bom engenheiros e uma boa competitividade. É possível que partes das cadeias de valor estejam aqui localizadas”, disse.
Em Portugal, numa visita oficial de dois dias, Macron agradeceu aos portugueses sublinhando que foi um “momento importante”. “Assinámos um tratado de amizade entre dois países que se apreciam e se conhecem tão bem. Assinámos vários acordos e chegamos a uma grande convergência política”, notou.
Emmanuel Macron iniciou na quinta-feira a primeira visita oficial de um presidente francês a Portugal em 26 anos. A passagem de Macron pelo país foi marcada pela assinatura de vários acordos, que visam reforçar a cooperação em áreas chave como a defesa, energia, tecnologia e transportes.
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