Evitar crise é sempre de bom-tom, defende António Vitorino
"Neste momento o país está sobretudo focado na preparação, tudo leva a crer, de eleições legislativas, menos os jornalistas”, ironizou Vitorino, sem adiantar se será candidato presidencial.
O socialista António Vitorino disse esta quinta-feira que “evitar crises é sempre de bom-tom”, mas “quando elas não são evitáveis” confia nos mecanismos da democracia para as superar.
“Evitar crises é sempre de bom-tom, mas quando elas não são evitáveis eu confio que a democracia portuguesa tem mecanismos para permitir a sua superação”, disse António Vitorino aos jornalistas à entrada para uma conferência sobre migrações, que decorre esta tarde, em Cascais.
Apontado como possível candidato socialista às eleições presidenciais de 2026, António Vitorino evitou mais uma vez responder às perguntas dos jornalistas sobre a matéria, estando ainda por clarificar se avança com uma candidatura. “Em relação ao conspecto geral da política obviamente que neste momento o país está sobretudo focado na preparação, tudo leva a crer, de eleições legislativas, menos os jornalistas”, disse o presidente do Conselho Nacional para as Migrações e Asilo.
A reunião do Conselho de Estado convocada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, iniciou-se esta tarde para discutir a crise política aberta pelo chumbo da moção de confiança apresentada pelo Governo no parlamento, que levou à queda do executivo minoritário PSD/CDS-PP liderado pelo primeiro-ministro Luís Montenegro.
Na quarta-feira, o chefe de Estado ouviu todos os partidos com assento parlamentar, que foram unânimes a defender que a solução para a crise política passa pela dissolução do parlamento e a convocação de eleições antecipadas.
A maioria dos partidos indicaram a data de 11 de maio como a preferida, outros defenderam que deve ser “o mais rápido possível”, e apenas BE, CDS-PP e PAN consideraram melhor ser a 18 de maio, todos oscilando entre as duas datas já admitidas publicamente por Marcelo Rebelo de Sousa em caso de eleições.
A atual crise política teve início em fevereiro com a publicação de uma notícia, pelo Correio da Manhã, sobre a empresa familiar de Luís Montenegro, Spinumviva, detida à altura pelos filhos e pela mulher, com quem é casado em comunhão de adquiridos – e que passou na semana passada apenas para os filhos de ambos, – levantando dúvidas sobre o cumprimento do regime de incompatibilidades e impedimentos dos titulares de cargos públicos e políticos.
Depois de mais de duas semanas de notícias – incluindo a do Expresso de que a empresa Solverde pagava uma avença mensal de 4.500 euros à Spinumviva – de duas moções de censura ao Governo, de Chega e PCP, ambas rejeitadas, e do anúncio do PS de que iria apresentar uma comissão de inquérito, o primeiro-ministro anunciou a 05 de março a apresentação de uma moção de confiança ao Governo.
O texto foi rejeitado na terça-feira com os votos contra do PS, Chega, BE, PCP, Livre e deputada única do PAN, Inês Sousa Real. A favor estiveram o PSD, CDS-PP e a Iniciativa Liberal.
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