Portugal paga menos para emitir 1.223 milhões em dívida a 12 meses. Procura mais do que duplicou oferta
O Tesouro português pagou uma taxa de 2,227% para colocar dívida a um ano. Montante levantado no leilão de Bilhetes do Tesouro ficou próximo do intervalo superior estipulado pelo IGCP.
Portugal financiou-se esta quarta-feira em 1.223 milhões de euros através da emissão de títulos de dívida de 12 meses, com uma taxa de 2,227%. O montante levantado ficou ligeiramente abaixo do máximo previsto pelo IGCP, com a operação a contar com uma procura robusta.
À semelhança das operações anteriores, a emissão contou com uma forte procura, que superou em 2,48 vezes a oferta.
A taxa de juro média fixada na operação, de 2,227%, compara com os 2,416% pedidos na emissão comparável, realizada em janeiro deste ano.
“Em fevereiro, Portugal tinha emitido dívida de curto prazo a 11 meses, com uma taxa de colocação de 2,266%. Agora, para um prazo superior, de 12 meses, a taxa é mais baixa, fixando-se em 2,227%”, refere Filipe Silva, num comentário aos resultados da operação. Para o diretor de investimentos do Banco Carregosa “esta descida das taxas reflete o movimento de cortes que o BCE tem vindo a fazer nas taxas de juro, bem como as expectativas de que continue a reduzi-las ao longo deste ano”.
O BCE iniciou no verão passado um ciclo de descidas de juros. Desde junho passado, a entidade liderada por Christine Lagarde já anunciou seis cortes de juros, trazendo a taxa de depósitos dos anteriores 4,5% para os atuais 2,5%.
“A curva das taxas de juro mantém-se invertida nas maturidades de curto prazo, ou seja, a partir de um ano, para prazos mais longos, taxas mais elevadas. Não obstante, as taxas de curto prazo têm seguido uma trajetória descendente, tendência que se espera que prossiga“, explica Filipe Silva.
A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP anunciou, no final da semana passada, que ia regressar esta quarta-feira ao mercado com uma nova emissão de títulos de dívida de curto prazo, com maturidade em março de 2026. A operação tinha um montante indicativo entre 1.000 milhões e 1.250 milhões de euros.
Esta é a terceira emissão de dívida de curto prazo realizada em 2025. Além da colocação de títulos com maturidade de 12 meses em janeiro, o IGCP foi, no mês passado, ao mercado emitir bilhetes do tesouro com um prazo de 11 meses, tendo pago a taxa mais baixa desde 2022.
Na semana passada, a instituição, agora liderada por Pedro Cabeços, realizou uma emissão de dívida de longo prazo. O Estado financiou-se em 1.100 milhões de euros através de dois leilões de dívida a 10 e 13 anos, no entanto pagou mais do que nas últimas operações com características semelhantes.
“Portugal foi ao mercado com uma emissão de bilhetes do Tesouro a 12 meses, tendo colocado 1.223 milhões de euros. . A procura superou a oferta em 2,48 vezes.
(Notícia atualizada às 11h49 com as declarações do diretor de investimentos do Banco Carregosa)
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