Greve no setor vidreiro continua na próxima semana na BA Glass

  • Lusa
  • 27 Março 2025

A paralisação decorre de 1 de abril a 3 de abril. A greve no setor vidreiro começou na Marinha Grande, em três empresas do Grupo Vidrala, para “reclamar aumentos salariais dignos".

A greve no setor vidreiro vai continuar na próxima semana nas empresas do Grupo BA Glass, disse esta quinta-feira à agência Lusa a coordenadora da Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (FEVICCOM).

“Vamos continuar no setor do vidro de embalagem com novas greves na próxima semana. Serão em três fábricas da maior empresa do setor do vidro de embalagem no nosso país, que é a BA Glass”, afirmou Fátima Messias. A BA Glass tem unidades na Marinha Grande, distrito de Leiria, Avintes (Porto) e Venda Nova (Lisboa) e, segundo a FEVICCOM, têm mais de mil trabalhadores.

A paralisação decorre de terça-feira, 1 de abril, a 3 de abril, esclareceu a coordenadora, referindo que, neste grupo, tem havido “ainda mais dificuldades porque recusa negociar, pura e simplesmente”.

Esta greve no setor vidreiro começou na terça-feira, na Marinha Grande, em três empresas do Grupo Vidrala (Santos Barosa, Gallo Vidro e Vidrala Logistics), para “reclamar aumentos salariais dignos e a melhoria das condições de trabalho” e, segundo Fátima Messias, tem registado uma “elevada adesão dos trabalhadores”.

“Começou na Santos Barosa, que terminou hoje de madrugada, com uma adesão praticamente total desde o início da greve. Continuou na Gallo Vidro, também com uma adesão a 100% com paragem de produção, e, hoje de madrugada, iniciou na terceira das empresas, a Vidrala Logistics, também com uma grande adesão”, declarou.

A sindicalista salientou que “as razões dos trabalhadores ficaram bem evidenciadas nesta luta que já não se fazia há vários anos e nunca se fez assim em simultâneo nestas empresas”.

Os trabalhadores reclamam, efetivamente, um aumento salarial maior, digno, que reflita o aumento do custo de vida que temos vivido e também melhores condições de trabalho, porque trabalhar por turnos e, em especial, em elaboração contínua faz com que uma boa parte da nossa vida fique no interior das fábricas, de noite, de dia, fins de semana, sábados, domingos, feriados”, realçou.

Observando que é “muito duro trabalhar assim”, a coordenadora sustentou que, “por isso, os trabalhadores exigem e reclamam uma devida valorização do seu trabalho e respeito pelo esforço que fazem”.

Fátima Messias acusou ainda duas empresas do Grupo Vidrala “de tentar aliciar os trabalhadores a não aderirem à greve ainda antes de ela começar”, enviando declarações “para os pressionar a executarem tarefas que cabem ao piquete de greve decidir, que têm a ver com a segurança dos equipamentos e das instalações”.

Explicando que o número e funcionários que receberam as declarações ainda está por apurar, Fátima Messias referiu que se trata de “uma pressão ilegítima, violadora da Lei da greve e do direito de greve”. Por outro lado, a FEVICCOM adiantou que numa das fábricas houve “procedimentos técnicos por parte de responsáveis” que “poderiam ter conduzido a prejuízos sérios”.

“Foram procedimentos técnicos com os quais os trabalhadores que estavam em greve a garantir a segurança dos equipamentos e das instalações não concordaram”, disse, avançando que houve necessidade de intervenção dos bombeiros por se terem atingido “temperaturas demasiado elevadas da água”.

Relativamente à primeira situação, houve uma “visita inspetiva da Autoridade para as Condições de Trabalho” e, quanto à segunda, Federação e Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Vidreira vão avaliar a ação a desenvolver. A coordenadora da FEVICCOM afirmou que se exige agora que “as empresas voltem à mesa da negociação e tirem as devidas ilações desta demonstração de protesto”.

“São os salários, são as condições de trabalho. As empresas devem voltar à mesa da negociação e vamos propor datas para essa reunião acontecer. Conforme depois o posicionamento das empresas, assim se decidirão novas formas de luta”, acrescentou Fátima Messias.

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