Trump responde aos mercados: “Petróleo, juros e preços dos alimentos estão a cair. Não há inflação”

Donald Trump também comentou a previsão de que a "lenta" Fed deverá cortar os juros. “Os EUA estão a trazer milhares de milhões de dólares por semana dos países abusadores", garante.

O presidente dos Estados Unidos decretou esta segunda-feira que a inflação terminou, argumentando que os preços do cabaz alimentar, as taxas de juros e as cotações do petróleo estão a descer devido ao impacto das taxas aduaneiras no comércio mundial.

“Os preços do petróleo estão em baixa, as taxas de juro estão em baixa (a lenta Fed deve cortar as taxas), os preços dos alimentos estão em baixa, não há inflação”, escreveu Donald Trump na rede social Truth Social, enquanto o mercado começa a antecipar novos cortes da taxa de juro diretora pela Reserva Federal. Os analistas preveem uma hipótese de 48% de uma descida de 25 pontos base na próxima reunião do comité de política monetária.

Apesar da retaliação da China, que atirou as bolsas mundiais para perdas históricas, o chefe de Estado norte-americano reiterou os argumentos para a aplicação de tarifas aos bens importados pelos Estados Unidos de que a maior economia do mundo tem sofrido “abusos” por parte de outras nações.

“Os Estados Unidos, há muito tempo abusados, estão a trazer milhares de milhões de dólares por semana dos países abusadores das tarifas que já estão em vigor”, escreveu Donald Trump na rede social por si criada para fazer frente ao antigo Twitter.

Para Donald Trump, Pequim é “o maior abusador de todos” e vive um “crash dos mercados” após ter aumentado para 34% as tarifas para os produtos norte-americanos. “Ridiculamente elevadas (mais), não reconhecendo o meu aviso para os países abusadores para não retaliarem”, assinalou, na mesma publicação online.

Bolsas em queda “não são do interesse” nem da UE nem dos EUA

Entretanto, a Comissão Europeia assinalou esta manhã não ser “do interesse da economia em geral” nem da União Europeia ver as bolsas de valores, nomeadamente comunitárias, com quedas superiores a 5%, em pânico pela aplicação de tarifas dos Estados Unidos.

“Penso que todos concordam que não queremos ver os mercados e as bolsas a afundarem-se. Não é do interesse da economia em geral, nem da economia europeia, e é tudo o que podemos dizer por agora”, reagiu a porta-voz principal do executivo comunitário, Paula Pinho, na conferência de imprensa diária da instituição, em Bruxelas, citada pela agência Lusa.

Questionada sobre a ambição europeia de tentar negociar com os Estados Unidos, Paula Pinho insistiu que esta “é a abordagem preferida da União Europeia [UE]”, apontando que, hoje, “as modalidades destas discussões estão a ser discutidas com precisão e debatidas em mais pormenor com todos os Estados-membros” no Conselho de Comércio, no Luxemburgo.

Os ministros do Comércio da UE debatem esta segunda-feira as atuais tensões comerciais, num dia em que as principais bolsas europeias abriram da mesma forma que encerraram na semana passada, com quedas acentuadas pelo receio das consequências da aplicação das tarifas impostas pelo presidente norte-americano.

O mercado continua a ser afetado pela entrada em vigor das tarifas impostas por Donald Trump aos parceiros comerciais dos Estados Unidos e pelas medidas de retaliação anunciadas pela China, que podem ser seguidas pelas de outras grandes economias, como a da UE.

À chegada ao encontro no Luxemburgo, o comissário europeu do Comércio, Maroš Šefčovič, criticou a “mudança de paradigma” no comércio mundial com a nova política dos Estados Unidos, marcada pela imposição de novas tarifas, defendendo preparação na UE para os próximos passos. Portugal está representado na reunião, no Luxemburgo, pelo secretário de Estado da Economia, João Rui Ferreira.

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