Bolsa de Lisboa segue Europa e sobe 2,8% na melhor sessão em um ano

PSI teve melhor desempenho desde abril de 2024, com Mota-Engil a recuperar 8%. Cenário semelhante na Europa, ainda que o sentimento permaneça frágil, a horas de entrarem em vigor as tarifas dos EUA.

A bolsa de Lisboa registou esta terça-feira a maior subida percentual em um ano, num dia marcado pela recuperação dos principais índices mundiais, depois de perdas avultadas nas três sessões anteriores. O sentimento dos investidores mantém-se frágil, enquanto aguardam clareza sobre as novas tarifas recíprocas dos EUA que deverão entrar em vigor nesta madrugada.

O PSI fechou a somar 2,8%, para 6.437,75 pontos, alinhado com a subida de 2,72% do índice de referência europeu Stoxx 600. As restantes praças da Europa assistiram a subidas equivalentes nesta sessão, mas continuam em níveis inferiores aos registados antes do anúncio das “tarifas recíprocas” pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, no passado dia 2 de abril.

Em Lisboa, o dia foi positivo para praticamente todas as cotadas, com a Mota-Engil à cabeça (ver gráfico). A construtora avançou 8,02%, para 3,15 euros por ação, depois de na segunda-feira ter sido uma das cotadas mais penalizadas durante a turbulência que se instalou nos mercados financeiros.

Evolução da Mota-Engil na bolsa de Lisboa:

Já a EDP Renováveis, uma das cotadas portuguesas mais expostas aos EUA, valorizou 4,79%, para 7,215 euros, depois de ter afundado mais de 15% nas duas sessões anteriores. No entanto, a EDP Renováveis continua a ser o membro do PSI com o pior desempenho desde o início do ano, vendo os seus títulos perderem mais de 30% do respetivo valor.

Na banca, as ações do BCP recuperaram 3,64% e fecharam nos 49,32 cêntimos, com a empresa liderada por Miguel Maya a quebrar um ciclo de cinco sessões consecutivas de perdas, em que acumulou uma queda de cerca de 16%. No entanto, o banco continua a negociar abaixo do valor de referência de 50 cêntimos por ação.

Das ações para as matérias-primas, o barril de petróleo negoceia com perdas ligeiras, com o Brent a cair 0,36% e a valer menos de 64 dólares em Londres, enquanto o WTI descia 0,33% em Nova Iorque, para 60,5 dólares.

Entretanto, o preço spot do ouro, o ativo de refúgio de eleição dos investidores, avançava 0,75%, para 3.005 dólares a onça.

Mercados aguardam tarifas

As novas tarifas recíprocas dos EUA contra alguns dos seus principais parceiros comerciais deverão entrar em vigor esta madrugada, quando forem 5h01 em Lisboa. Os novos direitos aduaneiros afetam também as importações de bens oriundas da União Europeia (UE), que ficarão sujeitas a uma taxa adicional de 20%.

Ainda assim, alguns investidores mantêm a esperança de que eventuais negociações entre os EUA e os vários países afetados possam chegar a bom porto. Segundo a Bloomberg, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, irá deslocar-se aos EUA na próxima semana para tentar extrair diretamente de Donald Trump concessões para a UE.

Apesar da abertura para negociar, a Comissão Europeia entregou esta segunda-feira à noite aos Estados-membros uma longa lista de produtos norte-americanos que poderão ser alvo de novas tarifas aduaneiras, como forma de retaliação, noticiou o ECO esta terça-feira. A lista será votada pela Comissão Europeia na quarta-feira, com as primeiras taxas previstas para entrarem em vigor no dia 16 de maio, de acordo com um documento preliminar a que o ECO teve acesso.

As atenções estão particularmente voltadas para a China, que já retaliou contra os EUA ao imitar a tarifa adicional de 34% anunciada por Trump na semana passada. A decisão de Pequim levou Donald Trump a ameaçar, na segunda-feira, impor um novo adicional 50% já a partir desta madrugada, caso o regime chinês não recue nessa decisão. A confirmar-se, o imposto aduaneiro sobre as importações chinesas dos EUA poderá ascender aos 104%.

(Notícia atualizada às 17h25 com mais informação)

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