“É precoce admitir que tarifas possam acarretar recessão na Europa”, considera Nazaré da Costa Cabral

Presidente do Conselho das Finanças Públicas reconhece que políticas de Trump podem levar a uma recssão para alerta momento de grande volatilidade, com avanços e recuos na guerra comercial.

A presidente do Conselho das Finanças Públicas (CFP), Nazaré da Costa Cabral, alertou esta quinta-feira que a conjuntura é de elevada incerteza, com avanços e recuos, considerando “prematuro” admitir uma recessão na Europa devido à guerra comercial, descartando o cenário para Portugal.

O clima é ainda de incerteza. É precoce estar a admitir que guerra de tarifas possa acarretar uma recessão na Europa. A situação é complexa”, afirmou a responsável do CFP, em conferência de imprensa de apresentação do relatório de projeções macroeconómicas e orçamentais, em Lisboa.

Nazaré da Costa Cabral reconhece que as medidas tarifárias da Administração Trump podem afetar a procura dirigida às exportações europeias, quer de bens e serviços, mas ter também “efeitos gravosos” na redefinição das cadeias de produção e na estabilidade global a nível financeiro. Porém, defende ser “prematuro” procurar uma “ilação certa do que se está a viver”.

O clima é ainda de incerteza. É precoce estar a admitir que guerra de tarifas possa acarretar uma recessão na Europa. A situação é complexa.

Nazaré da Costa Cabral

Presidente do Conselho das Finanças Públicas

O momento está a ser muito marcado por avanços e recuos. Estamos a assistir ainda a negociações entre a Administração americana e os parceiros comerciais. O momento é de grande incerteza e volatilidade“, considerou.

Um dos episódios mais recentes dos avanços e recuos da guerra comercial é a mais recente pausa estratégica entre os Estados Unidos e a União Europeia. Após o anúncio do presidente norte-americano, Donald Trump, na quarta-feira, suspendendo por 90 dias a aplicação de tarifas recíprocas sobre a maioria dos seus parceiros comerciais, Bruxelas seguiu esta quinta-feira o mesmo caminho.

A decisão de Trump surgiu após a União Europeia ter na quarta-feira aprovado uma resposta conjunta às tarifas norte-americanas aos produtos europeus de aço e alumínio. Os Estados-membros deram ‘luz verde’ à proposta da Comissão Europeia para aplicar taxas alfandegárias até 25% a uma lista de bens dos Estados Unidos em três fases distintas.

Para a responsável do CFP, “os efeitos ao certo em termos de desvio de comércio, a procura de mercados alternativos afetados por tarifas e como os países se vão reposicionar daqui para a frente é ainda incerto”, pelo que considera ser preciso “esperar um pouco mais” para uma maior clareza”.

Ainda assim, descarta um cenário de recessão em Portugal. “Era preciso um segundo trimestre catastrófico do desempenho económico“, disse. A instituição prevê um crescimento de 2,2% este ano e de 2% no próximo ano.

(Notícia atualizada às 12h29)

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