Prada compra Versace por 1,25 mil milhões de euros
Fusão no setor do luxo italiano avançou esta quinta-feira. Novos donos garantem que marca associada a Donatella Versace há quase 30 anos "vai manter o seu ADN criativo e autenticidade cultural".
A Prada vai mesmo vestir Versace. A marca italiana anunciou esta quinta-feira que chegou a acordo para adquirir uma participação de 100% na Versace por 1,25 mil milhões de euros, tendo assinado um dos negócios do momento no setor do luxo europeu.
A confirmação foi dada pela Prada, que irá prestar esclarecimentos adicionais numa conferência de imprensa ainda durante a tarde de quinta-feira. “Dentro do grupo Prada, a Versace vai manter o seu ADN criativo e autenticidade cultural, enquanto beneficia de toda a força da plataforma consolidada do grupo, incluindo capacidades industriais, execução de retalho e expertise operacional”, consideram os novos donos, que também detêm a Miu Miu.
As negociações começaram em janeiro, depois de terem sido contratados os bancos de investimento Barclays e Citi. No entanto, a compra da Versace à Capri Holdings teve um “desconto” de mais de 200 milhões de dólares (cerca de 180 milhões de euros) devido ao impacto da guerra comercial causada pelas tarifas do presidente dos Estados Unidos, segundo o jornal Financial Times.
A Versace pertence à Capri Holdings desde 2018, quando o grupo deu 1,8 mil milhões de euros à família Versace e ao fundo Blackstone. Nesse mesmo ano, a Prada esteve a ‘piscar o olho’ à Versace, embora tenha acabado por decidir não avançar para o negócio.
Em março, Donatella Versace deixou a direção criativa da marca onde estava há quase 30 anos e foi substituída por Dario Vitale, diretor de design da Miu Miu, uma das marcas do grupo Prada. A troca de cadeiras na empresa fundada por Gianni Versace (irmão de Donatella) foi vista como um sinal de que os dois grupos estavam cada vez mais próximos de um contrato. Ontem, o presidente-executivo da Capri, John Idol, deslocou-se até Milão para finalizar esses detalhes com a família Prada.
O mercado das fusões e aquisições no luxo, à semelhança do que se verificou no contexto geral, arrefeceu no ano passado depois de um pós-pandemia recordista no fecho de negócios. Apesar de menos ‘apertos de mão’ em 2024, houve transações de relevo que marcaram a indústria das roupas e acessórios premium.
É o caso da gigante dos óculos EssilorLuxottica, que se lançou na compra da Supreme à VF Corporation ou a aliança entre a empresa do homem mais rico da Europa, a LVMH, à Moncler, para comprar uma participação de 10% na Double R. Nota ainda para a compra de 30% da Valentino pela Kering – apesar de ter sido em 2023 existe a opção de adquirir o resto da marca até 2028, como escreveu a Vogue.
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