AD prevê economia a crescer 2,4% este ano e acelerar para 3,2% no fim da legislatura

Coligação liderada por Luís Montenegro prevê que o Produto Interno Bruto avance 2,4% este ano e 2,6% no próximo. Projeção é mais otimista do que a inscrita no OE2025, mas menos do que há um ano.

O PSD e o CDS prometem num crescimento da economia portuguesa de 3,2% no final da legislatura. No programa eleitoral, apresentado esta sexta-feira à tarde, a coligação liderada por Luís Montenegro prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) avance 2,4% este ano e 2,6% no próximo.

O cenário projetado pela AD – Coligação PSD/CDS-PP é mais otimista do que a taxa de 2,1% este ano e de 2,2% em 2026 inscrita no Orçamento do Estado para 2025 (OE2025). Joaquim Miranda Sarmento, em ocasiões públicas, tem sinalizado que o Produto Interno Bruto (PIB) deverá avançar 2,5% este ano, acima dos 2,1% inscritos no Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), depois de um crescimento de 1,9% em 2024.

No plano de médio prazo, remetido em outubro a Bruxelas, a equipa de Joaquim Miranda Sarmento apontou para um avanço do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,7% em 2027 e de 1,8% em 2028. No entanto, a meta é agora revista em alta esperando um crescimento de 2,9% em 2027, estabilizando em 3,2% em 2028 e 2029.

 

A coligação prevê contudo um crescimento da economia ligeiramente inferior ao inscrito no programa eleitoral de 2024, no qual projetava um crescimento de 2,5% este ano, de 2,7% em 2026 e de 3% em 2027. Tal como o ECO avançou em primeira mão, no final da legislatura, a taxa de crescimento fica abaixo dos 3,4% em 2028 inscritos no programa para as legislativas do ano passado.

A taxa de crescimento em 2029 é, ainda assim, mais ambiciosa do que a prevista pelo PS no seu programa eleitoral. Os socialistas preveem chegar a 2029 com uma expansão do PIB mais contida: 2%. As projeções dos partidos para a evolução da atividade económica são desenhadas numa altura de elevada incerteza e volatilidade internacional, sobretudo devido aos avanços e recuos da guerra de tarifas.

Nos EUA, crescem os receios de uma recessão económica devido à política comercial da Administração Trump, enquanto na Europa instituições como o Banco Central Europeu (BCE) começam a admitir um menor crescimento dos países do euro. Esta sexta-feira, o comissário europeu para a Economia, Valdis Dombrovskis, estimou um impacto económico de até 0,6% no Produto Interno Bruto (PIB) da União Europeia por novos direitos aduaneiros norte-americanos permanentes.

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) cortou na quinta-feira a projeção de crescimento económico deste ano, em dois pontos percentuais face a setembro, para 2,2%. Para os anos seguintes aponta para uma desaceleração: 2% em 2026 e 1,6% em 2027, esperando posteriormente uma estabilização em 1,8%. Já o Banco de Portugal prevê uma taxa de 2,3% este ano, de 2,1% em 2026 e de 1,7% em 2027.

No cenário macroeconómico, a AD prevê que o consumo privado cresce ligeiramente abaixo do crescimento do PIB e o investimento cresce acima, e de forma mais pronunciada em 2025 e 2026. Já as exportações mantêm o “crescimento robusto dos últimos anos” – 4,5% e 4,4% em 2027 e 2028 – e as importações ligeiramente menos.

A coligação prevê ainda que “o consumo público cresce de forma mais contida”: 1,6% em 2026, 1,4% em 2027, 2% em 2028 e 2029, em resultado de alguma contenção da despesa.

No entanto, reconhece que o cenário é marcado por “uma forte incerteza” no que toca à evolução da economia internacional, as novas regras orçamentais europeias e os seus impactos, a possibilidade de novo conflitos internacionais ou o agravamento dos existentes e a possibilidade de medidas protecionistas, com impacto no comércio internacional, na inflação e na atividade económica.

Tal como o ECO avançou em primeira mão, a AD prevê excedentes orçamentais ao longo de toda a legislatura e mantém o saldo positivo de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano e de 0,1% em 2026, sobretudo devido ao impacto dos empréstimos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), previsto no OE2025.

Não estimamos nenhum défice em nenhum ano desta legislatura, mesmo em 2026 com o impacto dos empréstimos do PRR“, afirmou Luís Montenegro durante a apresentação do programa eleitoral.

(Notícia atualizada às 18h32)

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